Quem viveu a virada do milênio deve se lembrar bem da febre dos carros com visual retrô.
Era como se os anos 1950 e 1960 tivessem voltado à moda com rodas. Modelos como Plymouth Prowler, Chevrolet SSR, Ford Thunderbird e o popularíssimo New Beetle dominaram as ruas americanas, mas nenhum foi tão emblemático quanto o PT Cruiser.
Durante seus dez anos de produção, o modelo ultrapassou a impressionante marca de 1,3 milhão de unidades vendidas globalmente.
O PT Cruiser surgiu num momento em que o mercado automotivo passava por uma transição. As minivans começavam a perder força, enquanto os SUVs ainda não tinham tomado conta das garagens.
Foi nesse intervalo que a Chrysler apostou numa proposta intermediária: um carro com visual de perua, mas com postura mais alta, ideal para quem buscava espaço interno sem abrir mão da praticidade.
Por baixo da carroceria estilizada, estava a mesma base do Dodge Neon.
Inicialmente, o projeto tinha outro destino. Em 1999, a Plymouth apresentou o conceito Pronto Cruizer, que daria origem ao carro de produção.
A ideia era revigorar a marca, mas a fusão da Chrysler com a alemã Daimler-Benz levou ao fim prematuro da Plymouth. Com isso, o modelo foi lançado como um Chrysler, rebatizado de PT Cruiser.
Oficialmente, a sigla “PT” era uma referência a “Personal Transport”, ou transporte pessoal, segundo dizia a própria montadora.
Mas essa explicação nunca convenceu a todos. Chris Theodore, engenheiro da Chrysler envolvido no desenvolvimento do carro, revelou anos depois que o nome PT tinha outro significado bem mais técnico: “P Tall”.
Isso porque a plataforma original do Neon era identificada internamente como PL, e a versão mais alta, feita sob medida para o Cruiser, passou a ser chamada de PT.
A justificativa “Personal Transport”, segundo ele, foi criada posteriormente, apenas para dar uma aparência mais comercial ao nome.
Na época do lançamento, o modelo causou verdadeiro frenesi. Revendas cobravam ágio e o carro sumia dos estoques rapidamente.
O burburinho durou o suficiente para inspirar outras montadoras, como a Chevrolet, que em 2006 lançou o HHR — não por coincidência, desenhado pelo mesmo Bryan Nesbitt, responsável pelo PT Cruiser.
Mesmo com o entusiasmo inicial diminuindo, a Chrysler tentou manter o apelo do modelo. Em 2003, veio a versão GT com motor turbo. Depois, um conversível apareceu em 2005.
Ao longo dos anos, surgiram ainda edições especiais com madeira falsa nas laterais, pinturas com chamas e até homenagens à Rota 66. Hoje, o PT Cruiser pode até ser alvo de piadas, mas é inegável que ele marcou época.
E, apesar das versões sobre sua origem, a verdade sobre seu nome permanece, como dizem por aí, tão clara quanto lama.
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