
Durante décadas, a marca “Intel Inside” foi sinônimo de inovação em computadores pessoais.
Mas a gigante dos processadores agora enfrenta uma crise severa e anunciou que deixará completamente o setor automotivo. A empresa vai encerrar a operação da Mobileye, sua divisão dedicada a veículos, demitindo grande parte da equipe envolvida.
A Intel garantiu que honrará os contratos já firmados com montadoras por meio da Mobileye, mas está se retirando da indústria automotiva para concentrar seus esforços em data centers e clientes corporativos.
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O comunicado oficial confirma o fim da divisão automotiva e reforça o novo foco estratégico da empresa.
A Mobileye já teve forte presença no mercado, fornecendo sistemas de assistência ao condutor para marcas como BMW, Audi, Ford, Nissan e Honda. Inclusive, a primeira geração do Autopilot da Tesla usava o chip EyeQ3 da Mobileye, mas a montadora passou a desenvolver sua própria tecnologia.
Hoje, a participação da Mobileye nesse setor caiu drasticamente.
Dados da Zosi Automotive Research mostram que a empresa tem apenas 2,9% do mercado de sistemas de direção inteligente, muito atrás de Nvidia (56%), Tesla (18,8%) e Huawei (16%). Atualmente, só alguns modelos da Geely e FAW ainda utilizam seus chips.
O fracasso da Intel na indústria automotiva reflete um cenário mais amplo. Seus chips perderam espaço nos sistemas multimídia veiculares para concorrentes como Nvidia e Qualcomm, que oferecem soluções mais poderosas e eficientes pelo mesmo custo.
No setor de data centers, a empresa também foi superada por AMD e Nvidia, que lideram em desempenho e inovação. Enquanto isso, a desaceleração do mercado de PCs contribuiu para o enfraquecimento da Intel, que já foi dominante nesse segmento.
Além disso, a corrida pela inteligência artificial deixou a Intel para trás.
Nvidia, com sua expertise em chips gráficos, lidera com folga o mercado de IA, enquanto a Intel luta para se manter relevante em um cenário de constante transformação.
Para a indústria automotiva, a saída da Intel representa apenas a eliminação de um concorrente com pouca relevância atual. Marcas como BMW, GM e Mercedes já estão adotando a plataforma Snapdragon da Qualcomm, que vem se consolidando como solução robusta em tecnologia veicular.
Outras montadoras seguem o caminho da independência tecnológica. A Tesla, por exemplo, desenvolve seus próprios chips, enquanto Hyundai já estuda soluções internas.
A tendência é que o mercado se diversifique, com diferentes empresas fornecendo chips e sistemas inteligentes de forma personalizada.
Mesmo com a saída da Intel, o futuro da tecnologia automotiva segue em expansão. O espaço deixado pela gigante dos processadores será rapidamente ocupado por concorrentes mais preparados para atender às exigências de uma indústria em constante evolução.
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