
O Polestar 4 chamou a atenção desde o seu lançamento por adotar uma abordagem radical: ele simplesmente não tem janela traseira.
No lugar do tradicional vidro, a marca sueca, hoje sob o comando do grupo chinês Geely, decidiu apostar inteiramente em uma câmera para oferecer visão traseira ao motorista.
A justificativa? Segundo a empresa, as câmeras são mais eficientes que o bom e velho vidro. Mas os recentes problemas com o modelo Polestar 2 lançam dúvidas sobre essa ousadia.
Embora o recall mais recente não envolva diretamente o Polestar 4, mas sim o Polestar 2 — que ainda conta com vidro traseiro —, o alerta é claro: confiar exclusivamente em sistemas eletrônicos ainda pode ser um risco.
Veja também

A marca anunciou o segundo recall do Polestar 2 em menos de um ano por falhas no sistema de câmera de ré.
Ao todo, 27.816 unidades dos anos-modelo 2021 a 2025 estão sendo convocadas nos Estados Unidos para receber uma atualização de software, que, para piorar, não pode ser feita remotamente.
O defeito relatado pelos proprietários envolvia a mensagem “câmera temporariamente indisponível” aparecendo na tela ao engatar a marcha ré, em vez da imagem do que estava atrás do carro.
A falha está ligada a um problema de sincronização entre a câmera de assistência de estacionamento e o sistema de infotainment.

Curiosamente, uma campanha semelhante foi feita em junho de 2024, afetando quase 26 mil carros, mas naquela ocasião a correção foi feita via atualização over-the-air — o que não se mostrou suficiente para evitar uma nova leva de reclamações.
Esse cenário reacende o debate sobre a decisão de algumas montadoras de eliminar as janelas traseiras. Além do Polestar 4, o futuro Polestar 5 e o novo sedã elétrico da Jaguar seguirão o mesmo caminho.
Para os entusiastas do design automotivo, é uma oportunidade de inovar nas linhas dos veículos. Já para os mais conservadores e preocupados com a segurança, soa como uma temeridade.
A confiança cega em tecnologias que ainda apresentam falhas, como as câmeras e sistemas eletrônicos de apoio à condução, pode transformar pequenos contratempos em sérios problemas.

A questão é que, quando o sistema falha em um carro como o Polestar 4, não existe a possibilidade de simplesmente olhar pelo retrovisor interno, já que não há nada além de uma parede metálica ali.
Em um cenário onde a câmera fica fora de operação, o motorista fica literalmente às cegas.
Enquanto o debate segue, cresce a expectativa sobre como o mercado — e os órgãos reguladores — irão reagir a essa tendência.
Afinal, será que o futuro dos carros realmente não precisa de janelas traseiras, ou ainda estamos longe de confiar plenamente apenas na tecnologia para manobrar com segurança?
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
✅ Canal do WhatsApp📡 Canal do Telegram
📰 Siga nosso site no Google Notícias