
A Porsche anunciou oficialmente nesta sexta-feira (18) a saída de Oliver Blume da presidência da montadora, colocando fim à sua polêmica dupla jornada também como CEO do Grupo Volkswagen.
Para seu lugar, a empresa nomeou Michael Leiters, ex-CEO da McLaren e ex-diretor técnico da Ferrari, como novo CEO da fabricante de esportivos de luxo. A nomeação será efetiva a partir de 1º de janeiro de 2026.
A troca no comando da Porsche chega em um momento de forte turbulência.
Blume, que dirigia a empresa desde 2015 e acumulava também o comando da Volkswagen desde 2022, enfrentava críticas cada vez mais duras de investidores por causa do declínio expressivo no valor das ações da Porsche, queda de rentabilidade e o desempenho decepcionante no mercado chinês.
Veja também

Em três anos, a Porsche perdeu mais da metade de seu valor de mercado, caiu fora do índice DAX (a elite da bolsa de Frankfurt) e deixou de ser a montadora mais valiosa da Europa — posição que ocupou brevemente em 2022, quando valia mais de €83 bilhões.
Atualmente, a marca luta para recuperar a confiança de acionistas e consumidores.
A nomeação de Leiters foi vista com bons olhos por investidores. Com passagens por Ferrari e McLaren, o novo CEO também atuou por 13 anos dentro da própria Porsche, onde liderou o projeto do bem-sucedido SUV Cayenne.
Analistas destacam que seu perfil técnico e sua familiaridade com a marca podem ajudar a reconduzir a Porsche ao caminho da rentabilidade.

O desafio será enorme. A empresa sofre com vendas em queda livre na China, que já foi seu maior mercado.
As entregas caíram 26% nos primeiros nove meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, e hoje representam apenas 15% das vendas globais da marca.
O fracasso dos modelos elétricos diante da concorrência local — mais futurista e mais barata — levou a Porsche a rever sua estratégia e voltar a apostar nos motores a combustão.
Enquanto isso, o Grupo Volkswagen também enfrenta dificuldades parecidas, perdendo liderança histórica na China para a BYD em 2024 e, agora, ameaçado pela ascensão meteórica da Geely.
Ainda assim, a Volkswagen anunciou que Blume continuará como CEO do grupo até 2030, mantendo influência direta nas decisões de alto escalão e nas estratégias do conglomerado.
Com cerca de 70 horas semanais de trabalho, segundo ele próprio revelou recentemente, Blume vinha sendo criticado por tentar comandar duas gigantes ao mesmo tempo, gerando conflitos de interesse e sobrecarga.
Para acionistas como a DWS e a Deka Investment, a saída dele do comando da Porsche é um passo positivo, mas tardio. “Agora é hora de mostrar resultados”, resumiu Hendrik Schmidt, diretor de governança da DWS.
Michael Leiters assume uma Porsche fragilizada, mas ainda com prestígio de marca global, um portfólio esportivo forte e base de fãs apaixonada.
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










