
Depois de mais de seis décadas de estrada, um verdadeiro ícone dos caminhões americanos está se despedindo.
A Kenworth anunciou que vai encerrar a produção do lendário W900 em 2026, colocando fim a uma trajetória iniciada em 1963.
Para muitos entusiastas e motoristas veteranos, essa notícia soa quase como o fim de uma era — afinal, não há quem viaje pelas rodovias norte-americanas sem cruzar com um W900 imponente, com seus escapamentos verticais e presença marcante.
A decisão da Kenworth foi motivada por fatores já esperados: mudanças nas regulamentações de emissões e restrições na disponibilidade de componentes. Os modelos T800W e C500 também serão descontinuados pelos mesmos motivos.

Curiosamente, apesar do avanço da eletrificação no setor de transporte, o comunicado da fabricante não menciona essa transição como causa direta para o fim do W900.
Em declaração oficial, Kevin Haygood, vice-gerente geral de vendas e marketing da Kenworth, reconheceu o valor simbólico do modelo: “O W900 é verdadeiramente histórico.
Ele ajudou a moldar a cultura e a tradição do transporte rodoviário na América do Norte como conhecemos hoje. Sempre presente em exposições de caminhões, filmes, séries e outros eventos, é um caminhão icônico, valorizado por seus clientes e aficionados pelo seu visual clássico.”

A fama do W900 vai além do mundo dos caminhoneiros. Ele ficou eternizado no filme “Agarra-me se Puderes” (Smokey and the Bandit), com seu visual preto e dourado ao lado do Trans-Am de Burt Reynolds.
Enquanto muitos sonhavam com o carro esportivo, outros preferiam o robusto Kenworth conduzido por Jerry Reed. Réplicas desse caminhão são vistas até hoje em encontros e eventos pelo país.
Desde seu lançamento, o W900 passou por diversas atualizações, sem nunca perder sua essência. De motores barulhentos da CAT e Detroit Diesel, o modelo evoluiu para versões mais modernas com o motor Cummins X15.

E para os nostálgicos de plantão, vale lembrar que ele foi um dos últimos caminhões a sair de fábrica com o sistema manual de dupla alavanca — uma verdadeira relíquia da era de ouro do transporte pesado.
Embora a Kenworth tenha produzido milhares de unidades ao longo de 62 anos, o número exato de W900 fabricados nunca foi divulgado. Em 2014, a empresa comemorou a marca de um milhão de caminhões produzidos e, sem dúvida, uma grande fatia desse total pertence ao W900.
Sua versatilidade o levou a atuar nas mais diversas frentes, desde o transporte de cargas pesadas até operações florestais e de longa distância.

A Kenworth manterá os pedidos abertos nos próximos meses e fará um “último chamado” em algum momento de 2025. Até lá, muitos fãs terão a chance de garantir sua própria peça de história sobre rodas.
E mesmo com o fim da produção, o W900 certamente continuará rugindo pelas estradas, resistindo ao tempo como símbolo de uma era que marcou o transporte americano.


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