A Subaru acaba de se juntar à Toyota e à Honda ao anunciar o adiamento de seus principais projetos de eletrificação.
Em vez de acelerar a produção de veículos 100% elétricos, a montadora japonesa decidiu redirecionar uma fatia bilionária de seu orçamento para o desenvolvimento de híbridos e modelos com motor a combustão.
A decisão foi confirmada após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, quando o presidente da marca, Atsushi Osaki, afirmou que “diante do aumento da demanda por híbridos e da reavaliação dos motores a combustão, é apropriado postergar o investimento em produção em massa de EVs”.
Originalmente, a Subaru havia reservado 1,5 trilhão de ienes (cerca de R$ 96 bilhões) para seus planos de eletrificação, mas apenas 300 bilhões (R$ 19 bilhões) foram utilizados até agora.
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O restante do investimento está sendo reavaliado, e uma parte significativa será destinada ao aprimoramento de motores a combustão e novas gerações de híbridos.
A mudança estratégica ocorre mesmo com os planos da Subaru de lançar quatro novos SUVs elétricos até o final de 2026, em parceria com a Toyota, ainda mantidos.
Um exemplo recente dessa cooperação é o novo Forester híbrido, lançado no Japão com tecnologia elétrica da Toyota e motorização própria da Subaru, que tem registrado boa aceitação no mercado local.
O recuo acontece também em meio a tensões comerciais entre EUA e China. A Subaru sofreu um impacto de 154,4 bilhões de ienes (R$ 10 bilhões) com as tarifas impostas pela administração Trump.
Como resposta, a marca japonesa adotou um plano de corte de custos de 200 bilhões de ienes (R$ 13 bilhões) até 2030.
Apesar do discurso de que os EVs “estão esfriando”, os dados mostram o contrário: só em outubro de 2025, as vendas globais de carros elétricos cresceram 8% em relação ao mês anterior, somando 1,9 milhão de unidades.
No acumulado do ano, o crescimento mundial é de 23%, com altas expressivas na Europa (+32%), China (+22%) e até mesmo na América do Norte (+4%).
A decisão da Subaru de desacelerar seus planos elétricos pode ter implicações diretas nos Estados Unidos, especialmente na Costa Oeste, onde há grande concentração de consumidores leais à marca e crescente demanda por modelos 100% elétricos.
Consumidores e analistas têm criticado a lentidão das montadoras japonesas em acompanhar a transição energética. Comentários em fóruns e redes sociais apontam que muitas pessoas já estão trocando seus Subaru por EVs de outras marcas.
Enquanto isso, executivos de empresas como Ford admitem que abandonar os EVs não é uma opção, principalmente diante do avanço chinês no setor.
“Não vou simplesmente ceder esse mercado para os chineses”, disse Jim Farley, CEO da Ford, alertando que os fabricantes da China representam uma ameaça existencial para o futuro da indústria global.
Se as japonesas continuarem relutando em investir fortemente em eletrificação, correm o risco de perder relevância em mercados onde a transição para os EVs já é realidade.
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