
A Renault está reformulando sua estratégia global de forma acelerada, e o Brasil virou peça-chave dessa transformação.
Na última sexta-feira (31), executivos da marca confirmaram a conclusão de um acordo com a chinesa Geely para coprodução de veículos no país.
A operação brasileira da Renault teve 26,4% de participação vendida à montadora chinesa, consolidando uma parceria que permitirá à Geely usar a fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR).
O objetivo: montar veículos com a marca Geely e distribuí-los por meio da já estabelecida rede de concessionárias da Renault.
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Ao mesmo tempo, a marca francesa poderá aproveitar plataformas da Geely para desenvolver novos modelos, ampliando sua presença em segmentos onde hoje está ausente.
Fabrice Cambolive, chefe global de crescimento da Renault, afirmou que essa aliança representa um modelo “ganha-ganha”, ao unir engenharia, rede de vendas e capacidade industrial.
O movimento ocorre em um momento delicado: a fábrica paranaense opera com apenas 50% de sua capacidade anual de 400 mil unidades.
A chegada da Geely promete aumentar essa taxa e dar nova sobrevida à planta — e, por tabela, à operação brasileira da Renault.
Mas a montadora francesa não pretende parar por aí: Cambolive também revelou que a Renault mantém conversas com outras marcas, incluindo a também chinesa Chery, segundo a Reuters.
Embora nenhum acordo com a Chery tenha sido formalizado, há expectativa de novas colaborações na América do Sul, segundo fontes citadas pela Bloomberg.
O avanço da BYD no Brasil, com fábrica em construção e forte crescimento de vendas, acendeu o alerta nas concorrentes tradicionais.
Parcerias com marcas chinesas passaram a ser vistas como alternativa real para manter relevância frente à concorrência elétrica e híbrida mais barata.
A estratégia da Renault é global: a marca já fabrica o Grand Koleos na Coreia do Sul sobre a base da Geely, e conta com fábricas em mais de 12 países.
O novo modelo de negócios rompe com o tradicionalismo francês da Renault e abraça o pragmatismo asiático.
Em vez de resistir à ofensiva chinesa, a marca está tentando surfar a onda e transformar rivais em sócias.
A aposta é ousada, mas talvez necessária em um mercado onde inovar rápido e cortar custos virou questão de sobrevivência.
Com a movimentação, o Brasil pode se tornar um polo de produção e desenvolvimento para veículos franco-chineses, algo impensável há poucos anos.
Agora resta saber: o consumidor brasileiro está pronto para comprar um Geely com motor francês ou um Renault com DNA chinês?
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