
Se você já se incomodava com montadoras cobrando assinatura para usar recursos simples nos carros, prepare-se para ver a mesma prática chegar às motos.
A chinesa CFMoto acaba de confirmar que está implementando um modelo de cobrança por assinatura digital em sua linha global de motocicletas conectadas — e isso está gerando revolta entre usuários na Europa e em outras partes do mundo.
A confusão começou com um vídeo publicado pelo canal do YouTube Yammie Noob, afirmando que a CFMoto cobraria também nos Estados Unidos pelo uso do aplicativo RideSync.
Este aplicativo fica responsável por conectar o smartphone à moto e liberar funções como chave digital, rastreamento em tempo real, geofencing e atualizações remotas.
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Depois, veio a correção: o app pago é o Ride App, usado fora dos EUA, enquanto o RideSync americano permanece gratuito — por enquanto.
No entanto, a promessa da CFMoto de manter a gratuidade nos EUA parece frágil diante do que já está acontecendo em outros mercados. O próprio comunicado da empresa à imprensa confirmou que o Ride App, utilizado na Europa e em regiões da Ásia, passou a exigir pagamento a partir de 15 de agosto de 2025.
A assinatura custa até 44,90 euros por ano — algo em torno de R$ 250 — para desbloquear as funções completas do sistema. E pior: recursos antes incluídos como padrão foram colocados atrás de um paywall, pegando os usuários de surpresa.
Os donos de motos equipadas com o dispositivo T-Box — que permite a integração entre o veículo e o app — foram informados de que teriam um “período de teste gratuito”, após o qual teriam que pagar para continuar usando funções que antes eram gratuitas.
Isso também afeta quem comprou o T-Box à parte, acreditando que o acesso aos recursos seria vitalício.
A crítica principal é justamente essa: a CFMoto mudou as regras do jogo depois da venda. Clientes que adquiriram suas motos com a promessa de serviços conectados gratuitos estão sendo forçados a pagar por algo que já havia sido incluído no pacote inicial.
Para muitos, a prática soa como um verdadeiro golpe: se os serviços fossem cobrados apenas para novos usuários, a reação seria diferente.
A empresa alega que, nos EUA, nada disso vai acontecer. Mas a estrutura tecnológica já está pronta — bastaria uma atualização no aplicativo RideSync para que o modelo pago fosse ativado também por lá.
Em tempos de carros e motos cada vez mais dependentes de software, esse tipo de decisão passa a ser meramente comercial.
Os exemplos anteriores já deixaram consumidores desconfiados. A própria BMW, anos atrás, tentou cobrar assinatura para usar o banco aquecido de alguns modelos, gerando uma enxurrada de críticas e recuando na decisão.
Agora, com as motos conectadas entrando na mira das fabricantes, o temor é de que essa tendência digital de cobranças mensais vire padrão.
É um sinal de alerta: se hoje os norte-americanos estão “protegidos” pela promessa da montadora, nada garante que isso vá durar.
A experiência global da CFMoto mostra que o modelo de assinatura digital, mesmo impopular, está ganhando espaço — e quem já comprou o produto é quem mais sai perdendo.
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