Desabafo de um vendedor de carros, detalhes desagradáveis

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Olá, meu nome é Luis, e sou vendedor de carros em uma das maiores lojas de nosso país.

Embora não tenha muito tempo de atuação ativa neste mercado (atuava indiretamente por sempre ter sido um entusiasta no assunto), em meu pouco tempo de carreira já pude ver muitas coisas desagradáveis ao ponto de me fazerem refletir se continuo ou não.

Você que neste momento lê este texto deve estar imaginando que de antemão começarei a falar sobre os maus profissionais, culpando-os totalmente pelas mazelas que acontecem todos os dias na compra e venda de veículos pelo Brasil.

Porém, uma grande verdade que pude perceber é o fato de que boa parte das coisas erradas tem como origem o próprio consumidor, seja direta ou indiretamente.

Eu acredito que todo profissional gostaria muito de poder trabalhar 100% correto, pois como dizem, não há nada como dormir de consciência tranquila.

Mas o fato é que, verdadeiramente (e me dói muito ter de afirmar isso) é praticamente impossível ser totalmente honesto, e isso por conta de desinformação e às vezes até má fé dos consumidores, naquela velha ilusão da busca pelo veículo de baixíssima quilometragem e preço abaixo de mercado.

Espremendo o limão, no caso dos preços, o consumidor sempre quer descontos. Quer chegar em casa e dizer à família e aos amigos que ganhou aquele desconto espetacular, saindo na vantagem contra o vendedor.

Por conta disso, somos abrigados a apresentar ao cliente preços acima do valor pedido pela loja, para que possamos ter essa margem de segurança, afim de se negociar eventuais adicionais que possam vir ao veículo, como impostos e serviço de despachante, e até certos equipamentos como som e alarme.

Quilometragem então, nem se fala! O consumidor de carros no Brasil tem a ideia errônea de que quilometragem significa contagem regressiva, e que motor de carro só dura até no máximo 150.000 km.

Quem possui veículos para vender nessa situação não tem outra opção (Olé!), do contrário não vende.

Se tem uma coisa que aprendi neste mercado é que, infelizmente por enquanto não adianta passar tudo direitinho pro consumidor, todos os valores exatos, enfim. Ele não aceita. O mesmo sempre vai querer, de alguma forma, sair na vantagem contra você.

Consumidor, aprenda uma coisa: compra e/ou venda de carro não é brincadeira. Querendo ou não, envolve consideráveis quantias, por mais barato que o veículo seja; também envolve compromisso (principalmente no caso de financiamentos).

Pesquise a média de preços que o veículo pretendido vale, estude sobre o bem que deseja adquirir, e acima de tudo, pare de se iludir. Negócio bom é aquele em que ambos saem na vantagem: o lojista, por mais uma venda, e você, por ter pago um preço justo em um produto de qualidade. Vai por mim.

O texto acima foi enviado a nós por um leitor com o qual já tivemos contato anteriormente, mas neste texto, achamos por bem não o identificar.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.