Desempenho já não basta: norte-americanos perdem o interesse por elétricos mesmo sendo mais rápidos

tesla roadster (3)
tesla roadster (3)

Os carros elétricos já deixaram para trás a imagem de veículos lentos e sem graça.

Eles aceleram mais rápido que a maioria dos esportivos a combustão e alguns já figuram entre os modelos mais velozes do mundo.

Esse foi o caminho que a Tesla usou para se transformar em uma das marcas automotivas mais influentes da última década.

Mas o argumento da performance parece não ser mais suficiente.

Veja também

Nos Estados Unidos, os EVs ainda representam menos de 10% das vendas de carros novos — metade da média global — mesmo com acelerações impressionantes e lançamentos cada vez mais potentes.

porsche taycan turbo s 2024 avaliação na (48)
porsche taycan turbo s 2024 avaliação na (48)

Sam Abuelsamid, vice-presidente da consultoria Telemetry Insights, lembra que o uso da velocidade como apelo começou com o primeiro Tesla Roadster, em 2008.

“Naquela época, muita gente via o carro elétrico como um carrinho de golfe. A Tesla apostou em mostrar que podia fazer um EV que andava 250 milhas com uma carga e fazia de 0 a 100 km/h em quatro segundos”, explicou.

Hoje, isso pode parecer modesto, mas foi revolucionário à época.

Em 2021, Elon Musk reforçou esse discurso ao lançar o Model S Plaid: “Os carros movidos a energia sustentável podem ser os mais rápidos, os mais seguros, os mais incríveis em todos os sentidos.”

Outras marcas seguiram o exemplo.

kia ev6 (2)
kia ev6 (2)

A Audi lançou o RS e-Tron GT, seu carro de produção mais rápido.

A Kia, com o EV6 GT-Line, oferece aceleração de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos — um desempenho outrora exclusivo de superesportivos.

No segmento das picapes, algumas versões elétricas atingem os 100 km/h em menos de 3 segundos.

Mas mesmo com esse avanço técnico, as vendas não acompanham.

A fase de empolgação com o desempenho passou, e agora os consumidores querem mais do que números impressionantes.

Why Impressive Speed Won’t Be Enough To Sell EVs In The U.S.

Com o fim de subsídios federais e a retração na produção de EVs por parte das montadoras, os desafios mudaram de foco.

A prioridade agora é reduzir os preços, ampliar a autonomia e, principalmente, melhorar a infraestrutura de recarga — ainda inconsistente em muitas regiões dos Estados Unidos.

Analistas apontam que, para o público médio, velocidade não é o fator decisivo na hora de comprar um carro.

Facilidade de uso, economia e praticidade no dia a dia pesam mais do que um 0 a 100 de tirar o fôlego.

Enquanto Europa e China já superam os 50% de participação dos elétricos nas vendas de carros novos, os EUA ainda parecem estagnados.

A Tesla venceu a batalha da percepção — os elétricos não são mais “carrinhos de golfe”.

Mas a guerra das vendas em massa só será vencida com preços competitivos, carregamento acessível e carros adaptados à rotina real do consumidor americano.

📣 Compartilhe esta notíciaX FacebookWhatsAppLinkedInPinterest
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:

Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias
noticias
Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


formulario noticias por email

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.