
Os carros elétricos já deixaram para trás a imagem de veículos lentos e sem graça.
Eles aceleram mais rápido que a maioria dos esportivos a combustão e alguns já figuram entre os modelos mais velozes do mundo.
Esse foi o caminho que a Tesla usou para se transformar em uma das marcas automotivas mais influentes da última década.
Mas o argumento da performance parece não ser mais suficiente.
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Nos Estados Unidos, os EVs ainda representam menos de 10% das vendas de carros novos — metade da média global — mesmo com acelerações impressionantes e lançamentos cada vez mais potentes.

Sam Abuelsamid, vice-presidente da consultoria Telemetry Insights, lembra que o uso da velocidade como apelo começou com o primeiro Tesla Roadster, em 2008.
“Naquela época, muita gente via o carro elétrico como um carrinho de golfe. A Tesla apostou em mostrar que podia fazer um EV que andava 250 milhas com uma carga e fazia de 0 a 100 km/h em quatro segundos”, explicou.
Hoje, isso pode parecer modesto, mas foi revolucionário à época.
Em 2021, Elon Musk reforçou esse discurso ao lançar o Model S Plaid: “Os carros movidos a energia sustentável podem ser os mais rápidos, os mais seguros, os mais incríveis em todos os sentidos.”
Outras marcas seguiram o exemplo.

A Audi lançou o RS e-Tron GT, seu carro de produção mais rápido.
A Kia, com o EV6 GT-Line, oferece aceleração de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos — um desempenho outrora exclusivo de superesportivos.
No segmento das picapes, algumas versões elétricas atingem os 100 km/h em menos de 3 segundos.
Mas mesmo com esse avanço técnico, as vendas não acompanham.
A fase de empolgação com o desempenho passou, e agora os consumidores querem mais do que números impressionantes.
Com o fim de subsídios federais e a retração na produção de EVs por parte das montadoras, os desafios mudaram de foco.
A prioridade agora é reduzir os preços, ampliar a autonomia e, principalmente, melhorar a infraestrutura de recarga — ainda inconsistente em muitas regiões dos Estados Unidos.
Analistas apontam que, para o público médio, velocidade não é o fator decisivo na hora de comprar um carro.
Facilidade de uso, economia e praticidade no dia a dia pesam mais do que um 0 a 100 de tirar o fôlego.
Enquanto Europa e China já superam os 50% de participação dos elétricos nas vendas de carros novos, os EUA ainda parecem estagnados.
A Tesla venceu a batalha da percepção — os elétricos não são mais “carrinhos de golfe”.
Mas a guerra das vendas em massa só será vencida com preços competitivos, carregamento acessível e carros adaptados à rotina real do consumidor americano.
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