A Nissan parece disposta a ir cada vez mais longe para tentar salvar a própria pele.
Segundo uma reportagem do Nikkei Asia, a montadora japonesa está avaliando vender nada menos que sua sede global, localizada em Yokohama, como parte de um plano emergencial para equilibrar as finanças.
O prédio, que se tornou símbolo da empresa desde a mudança de Tóquio em 2009, está listado como um dos ativos a serem negociados até março de 2026.
Avaliada em mais de 100 bilhões de ienes — cerca de 700 milhões de dólares — a sede não é só um centro administrativo.
Ela abriga a galeria da marca, com carros históricos e lançamentos, além de uma loja de produtos Nissan.
Agora, esse prédio pode ser vendido para que a empresa continue operando no vermelho, num modelo conhecido como “sale and leaseback”: vende-se o imóvel e aluga-se de volta.
A medida faz parte do agressivo plano de reestruturação batizado de Re:Nissan, que visa economizar 500 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 3,4 bilhões) até 2026.
Para alcançar essa meta, a marca também pretende fechar sete de suas 17 fábricas no mundo, demitir 20 mil funcionários até 2027 e reduzir em 20% sua capacidade de produção global.
Vale lembrar que a Nissan não vive apenas um momento difícil, mas sim uma crise estrutural que se arrasta há mais de uma década.
O próprio CEO Ivan Espinosa admitiu recentemente que os problemas começaram há anos, e que as mudanças não são apenas de curto prazo.
A marca já confirmou que a fábrica mexicana de CIVAC continuará sendo a base da produção de picapes para a América Latina, mas o futuro de modelos como o Sentra segue indefinido.
Até agora, a Nissan não fez nenhum comunicado oficial sobre a possível venda de sua sede.
Mas se a ideia for levada adiante, ela representará um dos passos mais simbólicos — e talvez mais desesperados — dessa tentativa de manter a empresa viva.
Vender a própria casa, como última cartada, mostra que o buraco é mais profundo do que se imaginava.
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