Cada vez mais modelos novos estão abandonando as tradicionais maçanetas mecânicas e adotando soluções eletrônicas.
Elas vêm em formatos variados: botões discretos como no Ford Mustang Mach-E, sistemas embutidos como no Tesla Cybertruck.
Também temos puxadores tradicionais com acionamento eletrônico interno como nos novos Cadillac EVs ou até alavancas embutidas em puxadores planos, caso do Dodge Charger 2026.
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Embora alguns esportivos, como o Corvette desde a geração C6, já adotassem sistemas semelhantes, a tecnologia nunca esteve tão difundida. Mas por que esse recurso se tornou tão popular agora?
Segundo Scott Krugger, chefe de design da Stellantis na América do Norte, e Ryan Nagode, responsável pelo design interno das marcas americanas do grupo, a resposta passa por estética e pela expectativa tecnológica dos consumidores.
Para os designers, as maçanetas eletrônicas oferecem liberdade de criação. Sem a necessidade de um mecanismo mecânico volumoso, o interior pode receber elementos como iluminação ambiente em áreas antes ocupadas por cabos e alavancas.
No Charger, por exemplo, o botão de abertura fica junto a um puxador estilizado, enquanto a alavanca mecânica de emergência é posicionada em um ponto baixo e pouco visível da porta.
Do lado de fora, a vantagem é permitir linhas mais limpas e aerodinâmicas, como no Mach-E, cujas portas têm curvas contínuas graças aos botões no pilar. Para o consumidor, o apelo é o toque futurista: como nos smartphones, basta pressionar um ponto para algo acontecer.
O problema é que essa solução também traz riscos. Há casos de motoristas que não conseguiram sair do veículo em emergências por não encontrarem a alavanca mecânica.
Um incidente trágico envolveu um idoso e seu cachorro, presos dentro de um Corvette após uma pane elétrica. A dificuldade aumenta porque as alavancas de emergência costumam ser discretas e pouco destacadas, como as do Charger ou as escondidas nas portas dos Tesla.
Do lado externo, a dependência de energia pode ser um desafio.
Proprietários de Mach-E, por exemplo, abriram processo contra a Ford alegando que, com a bateria descarregada, o procedimento para entrar no carro é complicado e demorado, exigindo acesso ao cofre dianteiro e manipulação da bateria auxiliar.
A questão central é o equilíbrio entre design e segurança. As maçanetas eletrônicas oferecem inovação e liberdade criativa, mas, se não forem bem pensadas, podem transformar um simples gesto de abrir a porta em um problema sério.
A indústria ainda parece buscar o ponto ideal entre estilo futurista e funcionalidade prática — e os motoristas precisam estar atentos para não serem surpreendidos quando mais precisarem.
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