
A tentativa da Tesla de tornar o Cybertruck mais acessível durou pouco.
Em abril, a empresa relançou a variante mais barata da picape futurista, batizada de Long Range RWD, com o preço inicial de US$ 69.990.
Mesmo com esse valor já sendo US$ 9.000 mais alto do que o anunciado originalmente anos atrás, a ideia era reposicionar o modelo como uma opção “mais acessível” para o público americano.
Porém, apenas alguns meses depois, essa versão já foi retirada do site oficial da marca.
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Agora, quem visitar a página do Cybertruck encontrará apenas duas versões disponíveis: a All-Wheel Drive (AWD) e a Cyberbeast.

A mudança mais significativa é que o modelo de entrada agora custa US$ 79.990 — ou seja, o ponto de partida subiu ainda mais.
E para quem busca desempenho máximo, a Cyberbeast também ficou mais cara: passou de US$ 99.990 para US$ 114.990, um aumento de US$ 15.000.
Segundo o site Teslarati, o motivo do cancelamento da versão mais barata foi a baixa demanda.
Apesar da diferença de preço de cerca de US$ 10.000 em relação ao modelo AWD, os consumidores não viam valor suficiente na Long Range RWD, que vinha com diversos recursos a menos.
Entre os itens ausentes estavam bancos de couro, sistema de som com 15 alto-falantes, tela traseira, cobertura elétrica da caçamba e tomadas de 120V/240V.

Além disso, a motorização era mais limitada, com apenas um motor elétrico. Para muitos clientes, a economia não compensava os cortes.
A frustração com a falta de equipamentos e desempenho acabou afundando o apelo da versão de entrada. A Tesla parece ter superestimado a atratividade de um Cybertruck “econômico” — que, na prática, não era tão econômico assim.
A situação fica ainda mais crítica quando se observa o desempenho comercial da picape. Apesar de todo o hype que envolveu seu lançamento, o Cybertruck tem se mostrado um fracasso de vendas.
Apenas 10.712 unidades foram vendidas nos EUA até junho de 2025, uma queda de 7,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Cox Auto.
O cenário é ainda mais delicado diante do crescimento da concorrência.

A Ford, com a F-150 Lightning, tomou a dianteira no segmento de picapes elétricas, deixando a Tesla para trás — uma ironia amarga para quem prometeu reinventar o setor com um veículo “revolucionário”.
A decisão da Tesla de remover a versão mais barata e aumentar os preços dos modelos restantes sugere uma mudança clara de estratégia: ao invés de buscar volume e acessibilidade, a marca parece apostar na imagem premium e no lucro por unidade.
No entanto, essa nova abordagem pode se revelar arriscada em um momento em que consumidores procuram opções mais acessíveis e a concorrência está cada vez mais agressiva.
Com a base de fãs cada vez mais crítica e as vendas em queda, o futuro do Cybertruck está longe de ser brilhante.
A grande aposta de Elon Musk no segmento de picapes elétricas parece estar perdendo tração — e o tempo dirá se essa mudança de rota salvará ou enterrará de vez o projeto mais ousado da Tesla.
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