
A poderosa família Porsche-Piëch, que controla a Volkswagen, está considerando um movimento estratégico ousado: investir diretamente na divisão de motores a diesel da montadora, avaliada em cerca de €6 bilhões, o equivalente a R$ 37 bilhões.
A informação foi revelada por fontes ligadas ao processo ao Financial Times, que afirmam que a Volkswagen pretende separar a unidade — hoje chamada Everllence — no início de 2026, como parte de um amplo plano de reorganização interna.
A divisão, anteriormente conhecida como MAN Energy Solutions, é responsável pela produção de motores a diesel e turbinas industriais.
O plano da Volkswagen é manter uma participação minoritária na nova empresa, enquanto busca vender a maior parte do controle acionário a investidores externos.
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Entre os interessados, além da família Porsche-Piëch, estão grandes fundos de private equity, como o sueco EQT, que já demonstrou interesse preliminar na operação.

A Porsche-Piëch, que atua por meio de sua holding Porsche SE, pode inclusive buscar uma parceria futura com outro grupo para concluir a aquisição.
Ainda não está claro se a família pretende assumir o controle majoritário da Everllence ou apenas garantir influência estratégica sobre o futuro da empresa.
A Volkswagen, pressionada por investidores e pela transição global para os veículos elétricos, tem adotado uma estratégia de desmembrar ativos considerados menos centrais para sua nova fase.
Divisões ligadas a motores a combustão estão entre as primeiras da fila, dado o foco crescente no desenvolvimento de EVs e plataformas digitais.
O movimento, porém, levanta questionamentos, já que a aposta da família em um setor que muitos consideram em declínio pode parecer contraditória frente à direção atual da indústria automotiva.
Mesmo assim, motores a diesel e turbinas industriais ainda têm mercado em áreas como transporte marítimo, geração de energia e aplicações industriais pesadas.
Procurada, a Porsche SE preferiu não comentar o assunto.
A Volkswagen também se limitou a dizer que está “avaliando opções estratégicas” para a Everllence, sem fornecer mais detalhes.
O fundo EQT, por sua vez, também não se pronunciou sobre as tratativas em andamento.
O interesse direto dos acionistas controladores na divisão que está sendo desmembrada gera dúvidas sobre potenciais conflitos de interesse, embora movimentos semelhantes já tenham ocorrido no passado dentro do grupo.
Se concretizado, o investimento da família Porsche-Piëch na Everllence pode manter sob sua influência um pedaço importante — e ainda rentável — do império industrial da Volkswagen.
A iniciativa sugere que, apesar do avanço dos elétricos, o velho motor a diesel ainda não está completamente fora de jogo — pelo menos para quem conhece profundamente os bastidores da indústria.
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