Dieselgate volta à tona com mega processo contra Mercedes, Ford, Renault, Peugeot e Nissan no Reino Unido

diesel (4)
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Um novo e impactante capítulo do escândalo conhecido como Dieselgate começa a ser escrito nesta segunda-feira no Reino Unido.

A Suprema Corte de Londres dará início ao maior processo coletivo da história do sistema judiciário da Inglaterra e do País de Gales, envolvendo cinco das maiores montadoras do mundo: Mercedes, Ford, Renault, Nissan e Peugeot/Citroën.

As empresas são acusadas de instalar softwares ilegais nos veículos a diesel vendidos no Reino Unido, com a finalidade de fraudar os testes de emissões de poluentes.

Segundo os advogados dos proprietários, os dispositivos detectavam quando o carro estava em ambiente de teste e reduziam artificialmente os níveis de óxidos de nitrogênio, passando uma falsa impressão de eficiência ambiental.

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Mais de 220 mil motoristas participam diretamente da ação inicial contra as cinco montadoras, que foram escolhidas como rés principais por conta da complexidade e abrangência do caso.

diesel (1)
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No entanto, o número total de consumidores afetados pode chegar a 1,6 milhão — e, dependendo do resultado, outras nove fabricantes também podem ser processadas por acusações semelhantes.

O caso remete diretamente ao escândalo de 2015, quando a Volkswagen foi flagrada usando “dispositivos de derrota” em seus carros a diesel.

Desde então, a montadora alemã já desembolsou mais de 32 bilhões de euros em indenizações e multas, incluindo um acordo extrajudicial de £193 milhões pago a 91 mil motoristas britânicos.

Agora, os tribunais britânicos irão decidir se as montadoras envolvidas também utilizaram tecnologias semelhantes para burlar leis ambientais europeias.

Segundo os advogados, os consumidores foram enganados ao acreditarem que estavam comprando veículos mais limpos, enquanto, na prática, esses modelos estariam emitindo níveis perigosos de poluição até hoje.

diesel fumaca preta
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Apesar da gravidade das alegações, todas as montadoras negam qualquer irregularidade.

A Mercedes defende que os mecanismos utilizados nos testes eram tecnicamente e legalmente justificáveis.

A Renault e a Stellantis, atual controladora da Peugeot e Citroën, afirmam que seus veículos estavam em conformidade com as normas vigentes na época. Ford e Nissan também alegam que as acusações não têm mérito.

A decisão da Corte não deve sair antes do verão europeu de 2026, e caso as montadoras sejam consideradas culpadas, um novo julgamento para definição de indenizações deverá começar no outono do mesmo ano.

Até lá, o processo promete agitar o setor automotivo europeu, colocando em xeque a credibilidade de marcas tradicionais e reacendendo o debate sobre os danos causados por veículos a diesel à saúde pública e ao meio ambiente.

Para Martin Deigh, advogado da Leigh Day — uma das 22 bancas jurídicas envolvidas no caso —, essa é uma oportunidade histórica.

“Uma década depois do Dieselgate, os motoristas britânicos finalmente terão a chance de provar em tribunal que foram enganados”, declarou.

Ele acrescenta que, se confirmadas, as acusações representarão uma das maiores traições corporativas já vistas no setor automotivo.

Enquanto isso, milhões de veículos suspeitos seguem circulando nas ruas europeias, emitindo possivelmente mais poluentes do que o permitido, num escândalo que ainda está longe de acabar.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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