
A Ford voltou a mirar suas apostas no futuro dos carros elétricos com um anúncio ousado: a marca está desenvolvendo uma picape elétrica de US$ 30 mil (cerca de R$ 162 mil) para 2027, mas o destaque não está apenas no veículo em si.
A grande jogada, segundo os executivos, está na forma como a empresa está reinventando a engenharia e a produção para se distanciar tanto de startups quanto de concorrentes tradicionais.
Doug Field, diretor de EVs, Digital e Design da Ford, resumiu a confiança da marca em poucas palavras: “Não acredito que startups de veículos elétricos conseguirão acompanhar nossos engenheiros e nossas equipes de produção para tornar isso realidade.”
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Essa segurança nasce da nova Plataforma Universal de Veículos Elétricos da Ford, criada quase em segredo por um time liderado por Alan Clarke, ex-Tesla, na Califórnia.

O projeto rompeu com práticas antigas da montadora ao adotar soluções como o unicast, em que grandes peças de alumínio fundido substituem diversos painéis soldados.
Isso reduziu em 75% o número de componentes, em dois terços as soldas e pela metade o uso de fixadores. Além disso, a arquitetura eliminou quase 1,6 km de fiação em relação aos EVs atuais da marca.
Outro diferencial está na maneira como esses carros serão fabricados. Se Henry Ford revolucionou o setor no início do século XX com a linha de montagem, agora a companhia fala em “árvore de produção”.
Nesse modelo, a dianteira, a traseira e o módulo de bateria estrutural são montados em linhas paralelas, que só se encontram na etapa final. O resultado, garante a marca, é um processo mais rápido e barato que o tradicional.
A Ford aposta que esses ganhos de eficiência permitirão competir em igualdade com montadoras chinesas, hoje vistas como grandes rivais no segmento de elétricos de baixo custo.

“O Modelo T era acessível porque mentes brilhantes criaram soluções inéditas para problemas antigos. Foi exatamente isso que buscamos ao desenvolver a Plataforma Universal”, destacou Field.
A primeira aplicação prática será a picape elétrica de médio porte programada para 2027.
A Ford promete desempenho comparável ao de um Mustang EcoBoost e espaço interno próximo ao de um Toyota RAV4, além de um custo total de propriedade em cinco anos inferior ao de um Tesla Model Y usado de três anos.

O sistema também servirá de base para uma ampla gama de veículos, de vans de carga a SUVs de três fileiras.
No fim das contas, a mensagem da Ford é clara: não se trata apenas de lançar novos elétricos, mas de provar que a engenharia e a tradição de produção da empresa continuam sendo armas difíceis de igualar, principalmente para as startups que tentam conquistar espaço no setor.
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