Enquanto prega um discurso nacionalista e defende o “Buy American”, o governo dos Estados Unidos protagoniza mais uma contradição em sua gestão de segurança pública.
Dessa vez, o FBI decidiu aposentar os tradicionais Chevrolet Suburban em favor de uma frota de SUVs blindadas BMW X5 Protection, atendendo a um pedido direto do diretor da agência, Kash Patel.
A justificativa oficial para a troca surpreendente é de que os novos veículos são “menos chamativos” e mais econômicos para o contribuinte, embora um BMW de luxo não passe exatamente despercebido, nem tenha manutenção barata.
Segundo o porta-voz do FBI, Ben Williamson, a escolha da BMW se baseou em critérios como orçamento, segurança e disponibilidade, ressaltando que veículos blindados sob medida, como o Suburban, custariam mais que o dobro.
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Fontes internas revelaram que o valor de um Suburban blindado novo chegaria a cerca de R$ 2,6 milhões (US$ 480 mil), enquanto o BMW X5 Protection VR6 custaria menos da metade disso.
Apesar da aparência semelhante à versão civil do X5, a versão de proteção conta com armamento estrutural de alta tecnologia e recursos de segurança impressionantes.
A produção do modelo começa na fábrica da BMW em Spartanburg, Carolina do Sul, com a blindagem final sendo aplicada por técnicos especializados em um processo artesanal.
O SUV é equipado com um motor V8 biturbo de 4.4 litros, que entrega 530 cv e 76,5 kgfm de torque, permitindo aceleração de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos.
A velocidade máxima é limitada a 210 km/h, mas o destaque está mesmo na blindagem: a carroceria usa aço de alta resistência, vidro à prova de balas de 30 mm, tanque de combustível autovedante e proteção contra estilhaços de explosivos.
A versão base já oferece proteção contra armas como pistolas e fuzis AK-47, mas há opções adicionais para reforço do assoalho e teto contra ataques de drones.
Internamente, o SUV esbanja conforto: painel digital de 12,3 polegadas, central multimídia de 14,9”, climatização quádrupla, bancos esportivos aquecidos e opção de assentos com ventilação e massagem.
A decisão de adquirir veículos importados, mesmo que parcialmente produzidos nos EUA, contrasta com o discurso protecionista do governo Trump, que frequentemente critica montadoras estrangeiras.
O episódio se soma à recente polêmica envolvendo a compra de veículos blindados canadenses pelo ICE, alimentando críticas sobre a coerência da administração na promoção de produtos fabricados em solo americano.
Embora o FBI defenda a escolha como uma medida de economia e eficiência, a imagem pública do caso levanta dúvidas sobre as prioridades e critérios usados pelo governo para gerir seus recursos.
Em um momento de crescente escrutínio sobre gastos públicos e investimentos em segurança, a adoção de SUVs de luxo da BMW para missões “discretas” certamente continuará no radar de críticos e opositores políticos.
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