
O mercado global de displays automotivos começa a viver uma nova fase, marcada por mudanças profundas na forma como as telas são integradas aos veículos.
Segundo um relatório da consultoria Omdia, o setor atingiu 120,96 milhões de unidades vendidas no primeiro semestre de 2025, representando um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar do avanço numérico, o ritmo de crescimento desacelerou após dois anos de expansão acelerada, sinalizando que a era da simples proliferação de telas pode estar chegando ao fim.
Agora, o foco da indústria está se voltando para cockpits definidos por software, com integração mais inteligente entre sistemas, maior eficiência energética e avanços na experiência do usuário.
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O segmento de display central (CSD) teve um crescimento modesto de 2%, evidenciando que a penetração nas fábricas já atingiu níveis elevados e não há muito espaço para expansão adicional.
No mercado de reposição, o cenário foi ainda mais desafiador: queda de 15,9% nas vendas, reflexo direto do fato de que quase todos os carros novos já saem de fábrica com tela central embutida.
Displays do painel de controle também recuaram, com retração de 4,1%, acompanhando a tendência de consolidação de funções como climatização e som diretamente na central multimídia ou até mesmo em botões físicos, atendendo a normas de segurança e preferências ergonômicas.
Mesmo com crescimento mais lento, a tecnologia nos CSDs continua avançando rapidamente.

As telas de cristal líquido a-Si, que dominavam o mercado com 69,6% de participação em 2023, caíram para 51% neste ano, enquanto as LTPS LCDs saltaram de 29,1% para 46,4%, tornando-se a escolha principal.
Esse avanço se deve à melhor integração com toque na célula, maior brilho e design mais fino.
Já os displays AMOLED praticamente dobraram sua participação, chegando a 2,1%, impulsionados por EVs de luxo e projetos de cockpits premium.
No caso dos painéis de instrumentos digitais (ICD), houve crescimento expressivo de 16,8%, com destaque para os modelos com menos de seis polegadas, muito utilizados em elétricos compactos e veículos populares em mercados emergentes.

Outro destaque foi o aumento de 25,3% nas entregas de head-up displays (HUDs), principalmente nas versões com ótica de projeção acima de 3,1 polegadas, que agora representam mais da metade das vendas desse segmento.
Esse avanço sinaliza uma aproximação real da adoção de HUDs com realidade aumentada e maior imersão visual no para-brisa.
Para a Omdia, 2025 marca o início de uma recomposição no ecossistema de displays veiculares, em que o volume deixa de ser o principal indicador de força de mercado.
A função de cada tela dentro do carro está sendo redefinida: o display central como núcleo de integração, o painel de instrumentos para informações em tempo real e o HUD como extensão da percepção do condutor.
Com arquiteturas zonais mais maduras e regulamentações mais exigentes, os displays estão deixando de ser módulos isolados e passando a atuar como sistemas coordenados de visualização.
A próxima fronteira competitiva será determinada não pela quantidade de telas em um carro, mas pela inteligência com que elas interagem com os sistemas do veículo, entregando eficiência, segurança e personalização ao motorista.
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