
Roubos de carros sem sinais de arrombamento estão se tornando cada vez mais frequentes – e silenciosos – nas ruas britânicas.
Criminosos estão utilizando dispositivos eletrônicos sofisticados, vendidos livremente online por mais de R$ 140 mil, para capturar o sinal da chave que fica dentro das casas e destravar os veículos em segundos.
A nova geração de ladrões de carros já não depende de arrombamentos.
Com tecnologia de ponta, muitas vezes escondida dentro de aparelhos que se disfarçam como caixas de som Bluetooth, eles conseguem acessar modelos como Lamborghini, Maserati e outros veículos de luxo sem tocar na porta.
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Um desses casos foi o de Abbie Brookes-Morris, que teve seu carro furtado em plena madrugada, enquanto dormia com o parceiro Tom.
As imagens captadas pela campainha com câmera mostram os ladrões andando pela calçada, varrendo o ambiente com um dispositivo até captar o sinal do controle remoto da chave que estava dentro da casa.
Em apenas dois minutos, o veículo foi levado sem barulho, sem alerta e sem qualquer tentativa física de invasão, segundo reportagem da BBC.
“O carro era nosso bem mais valioso, e foi como se tivessem entrado em casa mesmo sem passar da porta”, desabafou Abbie.
O veículo foi encontrado posteriormente, abandonado, mas está inutilizado por causa dos danos causados pela forma como o sistema foi burlado.
Segundo a seguradora Admiral, entre 60% e 70% dos furtos registrados no último ano no Reino Unido envolveram veículos com sistema de chave presencial, os chamados keyless.
Mais de 100 mil carros foram roubados no período, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas.
Alguns dos dispositivos utilizados são dignos de operações militares: além de destravar os carros, eles também conseguem bloquear o sinal dos rastreadores veiculares, dificultando a localização dos automóveis após o furto.
Richard Billyeald, especialista da Thatcham Research, alerta que o uso desses equipamentos é exclusivo para o crime.
“Não há outra finalidade legítima para esses dispositivos. São caros, mas os criminosos os alugam e lucram roubando vários carros por semana”, afirma.
Segundo Neil Thomas, que atua no rastreamento e recuperação de veículos, os equipamentos circulam entre organizações criminosas em diferentes regiões do país, facilitando a atuação em larga escala.
“Estamos lidando com quadrilhas altamente organizadas, muitas vezes com conexões internacionais”, destaca.
Mesmo com a aprovação iminente de uma nova lei que criminaliza a posse e a comercialização desses dispositivos, especialistas acreditam que o impacto será limitado.
Pela legislação atual, é necessário provar que o equipamento foi usado em um crime específico, o que dificulta a punição.
A proposta que tramita no Parlamento britânico prevê até cinco anos de prisão para quem possuir ou compartilhar tais dispositivos, independentemente do uso comprovado.
Enquanto isso, fabricantes e seguradoras tentam alertar os motoristas sobre medidas preventivas.
Uma das mais eficazes é guardar as chaves em bolsas do tipo “faraday”, que bloqueiam o sinal de rádio.
Além disso, muitos carros modernos permitem a desativação manual do sistema keyless.
E um alerta importante: deixar a chave no andar térreo evita o risco de confrontos caso os criminosos invadam a casa em busca do controle.
No novo cenário do crime automotivo, o velho “quebra-vidro e foge” dá lugar ao furto silencioso, guiado por tecnologia e inteligência digital.
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