Quem nunca foi enganado ou enrolado por um mecânico ou funileiro, ao querer simplesmente ter seu carro arrumado?
Pois bem, uma pesquisadora da Universidade de Oxford, Dra. Penelope Horlick, recebeu uma indenização de £114.000 (cerca de R$ 700 mil) depois que o mecânico responsável por seu Porsche 911 1997 abandonou a carcaça do carro em frente à sua casa em Kensington, mais de uma década após ela ter enviado o veículo para reparos.
A história começa em agosto de 2010, quando a professora acidentou seu Porsche ao tentar desviar de um buraco em uma estrada molhada.
O veículo foi enviado para conserto na oficina de Jagjiwan Jhally, da JJ Engineering, localizada em Beckenham. O mecânico inicialmente apresentou orçamentos que somavam cerca de £9.000, mas o conserto nunca foi realizado, e o carro ficou preso em uma longa saga de promessas não cumpridas.
Dra. Horlick, que usa o carro para viagens ocasionais entre Oxford e Londres, esperou pacientemente pela devolução do veículo, um raro modelo com motor refrigerado a ar, avaliado hoje em cerca de £80.000.
No entanto, a espera se prolongou e, em 2014, ela acabou comprando um Audi como substituto, cansada da incerteza em torno do destino de seu Porsche.
Somente após entrar com uma ação judicial em 2022, o carro foi devolvido, mas não da maneira que ela esperava.
A carcaça do Porsche foi simplesmente abandonada em frente à sua casa, sem motor, caixa de câmbio e outras partes essenciais. Isso aumentou ainda mais o estresse causado pelos 11 anos de espera.
Após um julgamento de três dias no Tribunal do Condado de Londres Central, o juiz John Halford determinou que o mecânico Jhally, que já havia enfrentado problemas legais anteriores, incluindo uma sentença de prisão em 2014, era responsável por indenizar a professora em £114.000 por violação de contrato e conversão, termo legal que se refere à recusa de entregar um bem ao proprietário legítimo.
O juiz reconheceu o valor emocional e especial do Porsche para a professora.
“Ninguém compra um Porsche apenas por ser um carro. Compra-se para ter um Porsche”, afirmou o juiz, destacando que o modelo, sendo um dos últimos com motor a ar, tinha um valor significativo, tanto emocional quanto financeiro.
Além disso, o comportamento agressivo do mecânico durante todo o processo, incluindo mensagens ofensivas enviadas por meio dos advogados da Dra. Horlick, apenas agravou a situação.
O juiz também observou que o mecânico violou o acordo inicial ao não concluir os reparos em um prazo razoável, que, segundo ele, deveria ter sido de no máximo um ano.
Agora, resta saber se o mecânico tentará recorrer da decisão, e outras questões, como custos legais e juros sobre a indenização, ainda serão discutidas em uma audiência futura.
Esta história ressalta a frustração e o desamparo que podem surgir quando profissionais não cumprem suas obrigações, e como, mesmo após mais de uma década de luta, a justiça pode, por fim, ser alcançada.
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