Dizem que luxo nunca é barato — e quem já tentou manter um hipercarro fora da garantia sabe bem o porquê.
Mas poucos casos ilustram tão bem essa realidade quanto o vivido por Carl Hartley, ex-proprietário de um Bugatti Veyron e dono de uma das mais renomadas revendedoras de supercarros no Reino Unido.
Em uma entrevista recente, Hartley foi direto ao responder qual carro teve o custo de manutenção mais absurdo: “Bugatti”, afirmou sem hesitar.
Segundo ele, o custo anual médio para manter um Veyron pode passar de £100 mil (cerca de R$ 750 mil), com cada revisão custando por volta de £30 mil (R$ 220 mil).
Mas o que realmente chama atenção é o caso de um pequeno problema com um botão — sim, um simples botão de ajuste dos espelhos laterais. Após quatro anos de uso, o interruptor começou a apresentar folga.
Nada grave, apenas incômodo. Ao procurar a Bugatti para resolver a questão, Hartley recebeu um orçamento de £9.500 (cerca de R$ 71 mil) mais impostos.
Com o acréscimo de 20% de VAT (o imposto britânico), o total saltou para aproximadamente £11.400, ou cerca de R$ 85 mil.
O motivo do valor absurdo? A Bugatti queria substituir não apenas o botão, mas toda a porta, o motor do espelho e o conjunto completo do espelho retrovisor.
Tudo para resolver um pequeno jogo em uma peça que qualquer motorista apertaria todos os dias sem sequer notar.
Inconformado, Hartley recorreu a um amigo com experiência em Fórmula 1. Depois de uma investigação minuciosa, descobriram que o tal botão era o mesmo utilizado em outros modelos do Grupo Volkswagen — incluindo o modesto utilitário Transporter.
O detalhe mais irônico? A peça só era vendida em pacotes com cinco unidades e custava £0,89 (cerca de R$ 6,60). Isso mesmo: menos do que um pacote de chiclete.
A substituição levou apenas 20 minutos e, para completar, o amigo nem cobrou pelo serviço.
O resultado? Um conserto que poderia ter custado uma pequena fortuna foi resolvido com criatividade, conhecimento técnico e um pouco de networking.
Esse caso está longe de ser isolado. Outro proprietário de um Veyron chegou a receber um orçamento de €17.900 (R$ 134 mil) para substituir o tanque de combustível — sem contar a mão de obra, que acrescentaria mais €20 mil ao custo.
Em contrapartida, um simples sensor de pressão, também compartilhado com o Volkswagen Golf GTI, saiu por apenas €16,50 (R$ 124), embora o serviço tenha custado mais de R$ 10 mil.
A lição? Ter um hipercarro como um Bugatti é um privilégio para poucos, mas nem todo reparo precisa vir com preço de ouro.
Em muitos casos, buscar ajuda especializada fora da rede oficial pode economizar dezenas de milhares de reais — e manter o luxo rodando sem sangrar a conta bancária.
No final das contas, Carl Hartley deixa um conselho valioso: “Se você tem um Bugatti, considere oficinas independentes de confiança. Você pode se surpreender com o quanto pode economizar.”
E, aparentemente, com o quão parecidos um Veyron e uma van da Volkswagen podem ser — pelo menos por dentro da porta.
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