Adam Lee cresceu entre trilhas, rios e bosques em Maine. Com o filho pequeno, acampava no interior do estado e desenvolveu uma profunda ligação com a natureza.
Essa conexão virou compromisso: ao longo dos anos, ele presidiu conselhos estaduais de eficiência energética, recebeu prêmios ambientais e defendeu regulamentações mais rígidas contra emissões.
Mas hoje, ele se vê obrigado a criticar publicamente uma de suas maiores parceiras de negócios: a Toyota.
Há mais de duas décadas, Lee foi um dos primeiros revendedores a apostar no Toyota Prius, quando SUVs gigantes da Ford, GM e Chrysler ainda dominavam o mercado americano.
Mesmo sendo um dos menores distribuidores da marca em Maine na época, ele acreditou no potencial dos híbridos e levou o Prius para feiras de veículos limpos por todo o estado.
Com o tempo, tornou-se o maior vendedor de híbridos da Toyota na região.
Mas o tempo passou, a crise climática se agravou e Lee não vê mais na Toyota a mesma postura pioneira. Segundo ele, enquanto outras montadoras avançam na eletrificação, a Toyota parece estar andando para trás.
Apenas 1,2% dos veículos vendidos pela empresa nos EUA em 2024 foram totalmente elétricos, muito abaixo da média nacional de 9,1%.
O problema, para Lee, vai além dos números. Ele denuncia que a Toyota tem sido uma das empresas mais agressivas na luta contra políticas ambientais.
Segundo levantamento citado por ele, a montadora financiou campanhas de mais de 200 congressistas que negam a existência das mudanças climáticas — mais do que qualquer outra empresa do setor automotivo.
Além disso, foi acusada de tentar desmantelar regulações que incentivam veículos mais limpos, inclusive com artigos publicados em grandes jornais defendendo medidas que favorecem combustíveis fósseis.
Lee aponta ainda o apoio da Toyota a um projeto de lei perigoso do ex-revendedor e agora senador Bernie Moreno.
A proposta visa enfraquecer padrões ambientais e de eficiência, o que poderia custar bilhões aos motoristas e aumentar drasticamente as mortes relacionadas à poluição do ar, que já chegaram a 150 mil por ano antes da implementação dessas normas.
Apesar de continuar elogiando a qualidade dos carros da Toyota e a parceria comercial com a marca, Adam Lee afirma que chegou o momento de dizer a verdade.
Ele pede que a montadora pare de apoiar políticos que negam a ciência do clima e invista de forma real em veículos elétricos. Para ele, a Toyota pode — e deve — voltar a ser a empresa verde da qual ele tanto se orgulhava.
No fim das contas, o apelo de Lee é simples: responsabilidade.
Um chamado para que a Toyota recupere sua liderança ambiental e não perca de vez a confiança de quem, como ele, sempre esteve do lado certo da história.
[Fonte: Electrek]
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