
O império de lealdade que a Tesla construiu ao longo dos anos nos Estados Unidos parece estar começando a ruir.
Dados divulgados pela S&P Global mostram que a fidelidade dos clientes da marca de Elon Musk caiu 9,4% no segundo trimestre de 2025, atingindo 58,1%.
Pela primeira vez, a Tesla ficou atrás da Ford em retenção de clientes, o que revela um movimento inédito: os donos de Tesla estão não apenas migrando para outras marcas, mas também, em alguns casos, abandonando os EVs por completo — e optando até por veículos a diesel.
Apesar de ainda liderar entre os elétricos, a Tesla enfrenta uma concorrência muito mais agressiva.
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Sua linha de produtos continua centrada nos já veteranos Model 3 e Model Y, que apesar de atualizações recentes, mantêm a mesma base estrutural de anos atrás.

Sem lançamentos realmente novos e com rivais oferecendo mais opções e designs renovados, muitos clientes estão optando por alternativas como BMW, Mercedes-Benz, Toyota e até mesmo Ford.
Mas o dado mais surpreendente vem do comportamento daqueles que abandonam totalmente os elétricos.
No primeiro semestre de 2025, apenas 68,9% dos ex-donos de Tesla optaram por outro EV — uma queda significativa em relação aos mais de 75% registrados em 2023.
Entre os que trocaram de tipo de motorização, 28,2% foram para híbridos e incríveis 2,9% voltaram para o diesel, um número considerado inusitado para quem já vivia no universo 100% elétrico.

Esses dados apontam para uma crise de identidade dentro do próprio mercado de EVs. Na disputa direta com a Chevrolet, por exemplo, 55% dos ex-donos de Tesla voltaram para modelos a gasolina, 37% ficaram nos elétricos e cerca de 8% escolheram picapes a diesel.
Tudo indica que parte desses casos envolvem antigos donos do controverso Cybertruck que, insatisfeitos, migraram para caminhonetes como a Silverado.
Mesmo com a queda na fidelidade, a Tesla ainda conquista novos clientes — mas o ritmo diminuiu. A vantagem sobre a Chevrolet, que no passado era de 4 para 1 em termos de conversão de clientes, agora está em apenas 2 para 1.
Contra a BMW, a relação de 9 para 1 desabou para 1,5 para 1.
Enquanto isso, outras marcas elétricas veem sua base crescer: a lealdade dos compradores de EVs que não são Tesla subiu para 46,4%, com o mercado elétrico como um todo mostrando fidelidade em alta, saltando de 40% em 2021 para 43,5% em 2025.

O mais interessante é que o preço não parece ser o fator decisivo.
A maioria das famílias que deixa a Tesla compra veículos entre US$ 60 mil e US$ 75 mil — ou seja, estão pagando o mesmo, ou até mais, por modelos de outras marcas.
A decisão tem mais a ver com variedade, inovação e, em muitos casos, a tentativa de se afastar da imagem polarizadora de Elon Musk.
A conclusão é clara: a Tesla já não é a escolha automática no mundo dos elétricos.
Em um mercado que amadureceu e oferece alternativas mais diversificadas, até os líderes precisam se reinventar — ou correm o risco de ver seus clientes trocarem um EV silencioso por uma picape barulhenta a diesel.
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