É o fim para quem não gosta de SUV: Chefão da Mazda diz que a marca até criaria novos sedans, se o mercado não fosse tão focado em apenas um segmento

O mercado de sedãs está afundando e desaparecendo no mundo todo. Muitas montadoras estão abandonando esse segmento e migrando exclusivamente para SUVs.

Até mesmo marcas que resistiam, como Mazda e Nissan, reduziram drasticamente suas linhas de sedãs.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Mazda6 deixou de ser comercializado após 2021 devido à queda acentuada nas vendas: enquanto em 2015 a Mazda vendeu 57.898 unidades do modelo, esse número despencou para 18.504 em 2021.

A mudança do público em direção aos SUVs levou a Mazda a adaptar sua linha para atender à demanda crescente.

Atualmente, a montadora conta com um portfólio robusto de crossovers e SUVs, incluindo modelos como o CX-30, CX-50, CX-70, CX-90 e CX-5.

Embora o Mazda3 e o icônico MX-5 Miata ainda estejam no mercado, a prioridade da marca é clara: focar nos SUVs, que dominam as vendas globais.

Kohei Shibata, gerente de programa da Mazda, admite que muitos jornalistas pedem a volta dos sedãs, mas enfatiza que o mercado para esses veículos continua muito reduzido.

Segundo ele, para que modelos como o Mazda6 retornem, seria necessária uma inversão nas preferências dos consumidores, conforme disse ao site australiano Drive.

“Se as pessoas começarem a comprar esse tipo de veículo, então poderemos fabricá-lo”, comentou Shibata. Ele mesmo é um entusiasta de um sedã com motor dianteiro e tração traseira, mas admite que o desejo de alguns fãs não é suficiente para justificar o investimento.

No entanto, o cenário é bem diferente na China, onde os sedãs ainda gozam de grande popularidade.

O mercado chinês oferece várias opções que não são encontradas nos Estados Unidos, como o Buick Lacrosse, o Cadillac CT6 e o Lincoln Zephyr.

Além disso, a Mazda também aposta nos sedãs elétricos por lá, lançando recentemente o EZ-6, uma versão elétrica inspirada no Deepal/Shenlan SL03 da Changan.

O modelo oferece duas opções de baterias: uma de 56,1 kWh e outra de 68,8 kWh, ambas com motor traseiro de 255 cv e torque de 320 Nm, proporcionando uma autonomia entre 480 e 600 km, dependendo da versão.

Para quem busca ainda mais autonomia, o EZ-6 conta com uma variante de autonomia estendida, que combina um motor a gasolina de 1.5 litro com uma bateria menor, disponível nas capacidades de 18,9 ou 28,4 kWh.

Essa configuração permite uma autonomia impressionante de até 1.300 km. Outra vantagem é o preço acessível: a versão com autonomia estendida parte de aproximadamente US$ 19.600, enquanto a versão totalmente elétrica custa em torno de US$ 22.400.

Diante desse panorama, o futuro de sedãs icônicos como o Mazda6 parece estar atrelado a uma mudança significativa no gosto dos consumidores globais, enquanto a China continua sendo um reduto de modelos sedã que desaparecem em outras regiões.