
Nos últimos meses, várias marcas anunciaram com estardalhaço que estavam voltando atrás em uma decisão polêmica: eliminar botões físicos em favor de interfaces totalmente digitais.
Volkswagen, Hyundai e até Mercedes já admitiram que clientes não suportam depender apenas de telas para ajustar funções básicas. Mas se o recado dos consumidores é claro há tanto tempo, por que a mudança está levando anos para acontecer?
A primeira razão é dinheiro. Substituir uma fileira de botões por uma tela pareceu, durante muito tempo, uma solução mais barata e prática.
Displays ficaram cada vez mais acessíveis, enquanto projetar e produzir peças físicas exige engenharia, testes e processos fabris mais complexos.
Veja também
O modelo da Tesla, inspirado no minimalismo da Apple, reforçou essa tendência, levando a indústria a cortar custos e vender a ideia de que telas eram “modernas”.

Outro ponto é o ciclo de desenvolvimento. Ao contrário de um celular, que pode ser atualizado a cada ano, um carro leva de cinco a oito anos para sair do papel até a concessionária.
Isso significa que, mesmo quando pesquisas começaram a mostrar que motoristas preferiam controles físicos — como um simples botão de volume —, os projetos já estavam fechados.
Só agora, anos depois, é que as mudanças começam a aparecer em modelos novos ou em reestilizações.
Além disso, existe a questão da complexidade dos sistemas atuais. Os carros de hoje oferecem dezenas de funções adicionais em relação a uma década atrás.

É impossível criar um botão para cada ajuste, o que torna inevitável a presença de telas e menus. O desafio é encontrar o equilíbrio: botões e dials para funções essenciais, telas para configurações mais ocasionais.
O resultado é que os consumidores passaram muito tempo sem opções. Quando todas as marcas seguiram a onda das telas, o desconforto ficou em segundo plano.
Só recentemente, com a pressão crescente dos usuários e a concorrência interna — como o retorno do botão físico em alguns modelos da VW —, as montadoras perceberam que precisavam agir.
Portanto, a demora não é falta de percepção, mas sim fruto de custos, processos longos e uma indústria lenta para corrigir rota.
A boa notícia é que a mudança parece definitiva: designers e engenheiros já trabalham para devolver aos motoristas a praticidade perdida, mesmo que isso só fique claro de forma ampla na próxima geração de veículos, por volta de 2030.
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
✅ Canal do WhatsApp📡 Canal do Telegram
📰 Siga nosso site no Google Notícias