Se você sempre sonhou em ter uma Ferrari V12 na garagem, mas acreditava que isso era privilégio de milionários, talvez seja hora de repensar.

Uma belíssima Ferrari 456M GTA do ano 2000 foi arrematada recentemente por apenas 55 mil dólares nos Estados Unidos, preço menor do que uma Rampage topo de linha no Brasil, hoje em dia.

Mas, como todo bom carro italiano, há um porém: os custos de manutenção que fazem até colecionadores experientes tremerem.

Apesar do valor atrativo, o comprador desta Ferrari levou para casa um modelo que custava 229.950 dólares quando novo, há 25 anos.

Corrigindo pela inflação, isso representa algo em torno de 426 mil dólares atuais. Ou seja, estamos falando de uma máquina que hoje pode ser adquirida por menos de 15% do seu valor de lançamento.

Visualmente, a 456M é um clássico moderno que envelheceu com elegância. Desenhado pela Pininfarina, ela ainda ostenta os icônicos faróis escamoteáveis e um perfil longilíneo, digno dos grand tourers mais tradicionais.

A unidade em questão foi pintada na tonalidade Grigio Ingrid, com interior em couro claro. Ela já teve apenas dois donos nos Estados Unidos e rodou cerca de 48 mil quilômetros, ostentando um histórico limpo no CarFax.

O motor é um V12 5.5 aspirado, gerando 436 cavalos de potência, e o câmbio é automático de quatro marchas — o que ajuda a justificar o valor mais baixo, já que as versões manuais costumam ser mais valorizadas entre entusiastas.

A performance, ainda assim, é respeitável para um carro com esse conforto, sendo mais voltado para viagens em alta velocidade do que para track days.

Mas é na hora de fazer a manutenção que a Ferrari lembra o motivo de ser chamado de cavallino rampante.

Os documentos de serviço que acompanham este exemplar mostram, por exemplo, uma revisão completa aos 30 mil milhas que custou impressionantes 18.407 dólares. O trabalho incluiu reparos no trem de força e suspensão traseira.

Outro serviço de rotina, com troca de óleo, fluido de freio e amortecedor traseiro novo, totalizou mais de 8 mil dólares.

Ou seja, mesmo que o preço de entrada seja tentador, é bom lembrar que manter um Ferrari na ativa exige um orçamento compatível com a cavalaria sob o capô.

As peças são caras, a mão de obra especializada é indispensável e muitos serviços só podem ser feitos em oficinas com experiência em modelos da marca.

Ainda assim, para quem sempre sonhou em ter um Ferrari legítimo na garagem e ouvir o ronco visceral de um V12 de Maranello, essa pode ser uma das portas de entrada mais acessíveis.

Desde que o comprador esteja preparado para o custo de manter viva essa paixão sobre rodas — e tenha um mecânico de confiança sempre por perto.