
Nem toda aposta ousada se transforma em lucro — algumas viram caso judicial e prejuízo milionário.
Um investidor do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu isso da pior forma ao tentar faturar alto com um endereço de internet comprado por apenas R$ 48 mil.
Em 2018, ele adquiriu o domínio Lambo.com por US$ 10 mil, acreditando que poderia revendê-lo mais tarde por um valor exponencialmente maior.
Nos anos seguintes, o valor pedido pelo site disparou. Em poucos anos, ele já pedia US$ 1,1 milhão.
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Em 2021, subiu para US$ 12 milhões. Até que, em 2023, o preço anunciado atingiu o absurdo de US$ 75 milhões — cerca de R$ 360 milhões.

Só que o plano de enriquecer às custas da sigla “Lambo” encontrou uma barreira inesperada: a própria Lamborghini.
A montadora italiana entrou com uma queixa formal na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), alegando que o domínio era muito semelhante à sua marca registrada e estava sendo usado de má-fé para lucrar com a reputação da empresa.
De acordo com documentos do processo, o dono do domínio nunca chegou a desenvolver um site funcional.
Lambo.com era apenas uma página de venda, com o claro objetivo de atrair compradores dispostos a pagar fortunas.
A WIPO deu razão à Lamborghini, entendendo que havia intenção deliberada de se beneficiar da marca.

O domínio foi ordenado a ser transferido para a montadora, gratuitamente.
O investidor não se deu por vencido e processou a Lamborghini em um tribunal federal dos EUA, tentando reverter a decisão. Perdeu novamente — e por ampla margem.
A juíza Roslyn O. Silver, responsável pelo caso, emitiu uma sentença de 24 páginas afirmando que o autor não tinha qualquer direito de marca sobre “Lambo” e que o uso era nitidamente confuso em relação à identidade da Lamborghini.
Outro ponto decisivo: ele só passou a se identificar como “Lambo” depois de comprar o domínio, algo que, segundo a juíza, não se enquadra como uso legítimo ou pessoal conforme determina a Lei Anticybersquatting (ACPA), que protege marcas de uso indevido na internet.
Além disso, o site nunca teve uso real — nem comercial, nem informativo.
Em determinado momento, o domínio chegou a redirecionar para um fórum onde o dono chamava a Lamborghini de “ladrões” e prometia “defender, derrotar e humilhar” a fabricante.
No fim das contas, a Lamborghini ficou com o domínio de graça.
O ex-proprietário saiu com uma derrota judicial definitiva, sem direito a nova apelação, perdeu os R$ 48 mil que investiu no site e ainda teve de arcar com os custos do processo.
Uma tentativa de lucro fácil que terminou com zero na conta e um recado claro da Justiça: má-fé não passa batido.
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