
Depois de anos de promessas exageradas e pouquíssima ação concreta, o aguardado Tesla Roadster volta a gerar manchetes — mas desta vez com algo mais palpável: uma patente real.
A Tesla registrou oficialmente um sistema que pode representar o tal “SpaceX Package” prometido por Elon Musk, mas, ao contrário do que o bilionário insinuou por anos, o carro não vai voar.
Na realidade, a nova tecnologia é inspirada em uma velha ideia que remonta à Fórmula 1 dos anos 70: os fan cars.
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Ao invés de foguetes e manobras aéreas, o sistema patenteado pela Tesla usa ventoinhas sob o carro e saias móveis para criar um vácuo que “cola” o veículo no asfalto, aumentando drasticamente a força descendente.

Essa solução aumenta a aderência e melhora o desempenho sem depender dos pneus — algo vital quando se atinge o limite físico da tração.
A patente mostra um conjunto com ventiladores potentes e saias ajustáveis nas laterais da carroceria, que podem ser controladas por sensores e inteligência embarcada.
Assim, o sistema adapta automaticamente o nível de sucção dependendo do tipo de pista, da velocidade e até da posição via GPS, otimizando o comportamento dinâmico do Roadster em cada trecho do trajeto.
Durante anos, Elon Musk afirmou que o Roadster viria com “propulsores a gás frio”, numa tentativa de usar know-how da SpaceX para aumentar a performance.
Em algumas entrevistas, chegou a afirmar que o carro “seria capaz de voar”.

Mas agora, ao que tudo indica, a Tesla adotou uma solução mais engenhosa e realista, com base em tecnologia automotiva clássica turbinada com inteligência moderna.
Ainda assim, não se sabe ao certo se essa patente é de fato o tal “SpaceX Package” ou apenas mais uma camada de performance que será adicionada ao Roadster.
Também existe a possibilidade de o pacote incluir propulsores reais para dar impulso lateral ou auxiliar em frenagens, mas até agora, nada disso aparece no documento oficial.
O curioso é que, enquanto a Tesla investiga um sistema de ventoinhas para criar downforce ativo, a McMurtry já colocou essa ideia em prática com o Spierling.

Esse carro elétrico, com 2.000 kg de força descendente, já é o recordista de velocidade em Goodwood e até andou de cabeça para baixo em um túnel, para provar o nível de aderência gerado. Mas, diferente do Tesla Roadster, o Spierling é um monolugar voltado exclusivamente para pista.
Com tantos supercarros elétricos surgindo nos últimos anos — como o Rimac Nevera, Lotus Evija ou até o Xiaomi SU7 Ultra —, a promessa de um esportivo revolucionário da Tesla já não impressiona tanto.
O mercado não espera mais o “smackdown” nos motores a combustão, porque ele já veio — e de várias marcas. Agora, o desafio da Tesla é entregar algo que realmente funcione e que seja diferente do que já existe por aí.
Se o Roadster finalmente sair do papel com um sistema de sucção ativo e adaptável, poderá sim oferecer uma performance singular. Mas depois de tantos adiamentos e exageros, a pergunta que fica é: ainda importa?
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