Em 19 meses, EVs da Xiaomi viram sucesso, e marca faz o que Tesla levou 5 anos: lucrar

xiaomi su7 oficial 2
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A Xiaomi conseguiu um feito que nem mesmo a Tesla foi capaz de realizar no início da sua trajetória no setor automotivo: alcançar lucro com sua divisão de veículos elétricos em tempo recorde.

Em apenas 19 meses desde o lançamento do SU7, seu primeiro sedã elétrico, a gigante chinesa registrou um lucro de 700 milhões de yuans (cerca de R$ 533 milhões) no terceiro trimestre de 2025.

A velocidade com que a Xiaomi atingiu a rentabilidade impressiona ao ser comparada a outras marcas do setor.

A Tesla , por exemplo, levou mais de cinco anos para registrar seu primeiro trimestre no azul, em 2013, após ter iniciado as entregas do Roadster em 2008.

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xiaomi su7 oficial 8
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A também chinesa Li Auto alcançou o equilíbrio em dois anos, enquanto rivais como Xpeng e Nio ainda acumulam prejuízos e só esperam virar o jogo em 2025 — oito anos após seus primeiros lançamentos.

Segundo Bill Russo, da consultoria Automobility, a Xiaomi entrou no setor com vantagens que startups puramente automotivas não possuíam: uma base massiva de consumidores fiéis, marca consolidada, ecossistema integrado e baixo custo para atrair novos clientes.

Com estratégia enxuta, a empresa tratou o lançamento do SU7 como um produto de consumo em larga escala, aplicando o mesmo modelo eficiente que a consagrou nos smartphones.

O resultado foi uma produção otimizada, foco em um único modelo e demanda alta logo de início — permitindo acelerar o ponto de equilíbrio.

xiaomi su7 cinza (5)
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Enquanto marcas rivais queimaram bilhões desenvolvendo múltiplas linhas de produtos antes de ganhar escala, a Xiaomi manteve os custos sob controle e apostou em uma arquitetura centrada em software para gerar receita além da venda do carro.

Em junho, a fabricante apresentou seu segundo modelo, o SUV YU7, que recebeu mais de 289 mil pedidos em poucas horas.

Hoje, a divisão de carros elétricos da Xiaomi já representa mais de 25% da receita da empresa — superando inclusive a área de Internet das Coisas (IoT), um dos pilares históricos da marca.

Esse desempenho contrasta fortemente com a tentativa frustrada da Apple, que gastou mais de uma década e cerca de US$ 10 bilhões no desenvolvimento de um carro que jamais chegou às ruas.

Agora, com ambições declaradas de entrar para o top 5 global do setor automotivo, a Xiaomi já prepara sua expansão para a Europa a partir de 2027.

Apesar dos números positivos, o cenário futuro traz desafios. A retirada gradual dos incentivos fiscais para EVs e híbridos na China, aliada à possível suspensão de subsídios de troca, pode esfriar a demanda no curto prazo.

Em outubro, as vendas de automóveis no país já mostraram sinais de retração em relação ao ano anterior.

Em teleconferência recente, o presidente da Xiaomi, Lu Weibing, alertou que a margem de lucro da divisão automotiva deve encolher em 2026.

Analistas da Bloomberg destacam que a competição no mercado chinês deve se intensificar ainda mais nos próximos anos, tornando as exportações essenciais para manter o crescimento das fabricantes de EVs.

Enquanto marcas como BYD, Geely, Xpeng e Leapmotor já aceleram sua presença global, a Xiaomi ainda vai aguardar dois anos para iniciar as vendas fora da China — o que pode frear momentaneamente seu avanço internacional.

Mesmo assim, o desempenho inicial mostra que a aposta de Lei Jun, fundador da Xiaomi, está no caminho certo — ao contrário de gigantes como a Apple, que desistiram antes mesmo de começar.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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