
A Ford decidiu virar a chave — e de forma bem simbólica.
Em um movimento inédito nos últimos 15 anos, a montadora lançou uma nova campanha global de marketing batizada de “Ready, Set, Ford“, que vai muito além de vender carros: ela pretende vender conexões, estilo de vida e pertencimento.
Em vez de destacar apenas os números de torque, consumo ou desempenho, a nova abordagem foca nos próprios clientes.
A marca quer criar um vínculo emocional duradouro com os consumidores, um movimento estratégico para tentar manter a fidelidade em meio à crescente pressão de tarifas internacionais e à ameaça cada vez mais real de marcas rivais, especialmente as chinesas.
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Segundo a Ford, a campanha foi construída em cima de quatro pilares: capacidade, paixão, comunidade e confiança.

Isso inclui desde exaltar o lado prático das picapes que ajudam no dia a dia de trabalho, até celebrar modelos como o Mustang e o Bronco — ícones que representam aventura, liberdade e espírito rebelde.
E, num passo ousado, a empresa também pretende destacar suas ações sociais, filantrópicas e comunitárias.
“Por muito tempo, deixamos que nossos modelos mais populares definissem a marca, enquanto nossos carros mais apaixonantes e capazes eram reservados aos entusiastas”, reconhece a própria montadora. “Agora, vamos nos apoiar naquilo que temos de melhor.”
A campanha marca uma verdadeira reestruturação de identidade. A começar pelo setor esportivo da marca, que trocou o nome Ford Performance por Ford Racing.

Em seguida, veio o gesto mais simbólico: a Ford simplesmente apagou todo o conteúdo de seu perfil no Instagram — um sinal claro de que está começando do zero.
Lisa Materazzo, chefe global de marketing da Ford, foi direta ao explicar a nova fase:
“A indústria está passando por uma transição drástica. Nem todas as marcas vão sobreviver. As que conseguirem, serão aquelas que souberem valorizar o que têm de mais importante: sua marca. Não investir nela é condenar seu próprio futuro.”

A estratégia também tenta antecipar um possível êxodo de clientes para novas marcas elétricas vindas da Ásia. A ideia é criar uma rede de pertencimento tão forte que o consumidor pense duas vezes antes de abandonar a Ford por uma startup que mal conhece.
Ao focar no cliente como protagonista, a Ford assume que os tempos mudaram.
E que, para sobreviver, será preciso mais do que bons carros — será necessário construir histórias, comunidades e vínculos que resistam às próximas ondas de transformação do setor.
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