Em crise profunda, Nissan vende menos que Suzuki e amarga pior semestre desde 2009

nissan leaf 2026 (4)
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A Nissan está atravessando uma de suas fases mais sombrias desde que os dados globais começaram a ser coletados.

Pela primeira vez desde 2004, a montadora japonesa ficou fora da lista das dez maiores fabricantes de automóveis do mundo.

Um marco negativo que resume bem a trajetória de queda da marca nos últimos anos — e que nem a chegada de um novo CEO foi capaz de frear, pelo menos até agora.

Sob comando de Ivan Espinosa desde abril de 2025, a Nissan registrou uma queda de 6% nas vendas globais no primeiro semestre do ano, comercializando apenas 1,61 milhão de veículos.

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Para se ter uma ideia do tamanho do declínio, esse é o pior desempenho da empresa desde 2009, quando vendeu 1,54 milhão de unidades em meio à crise financeira global.

nissan leaf 2026 (1)
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Um dos dados mais simbólicos desse tombo é o fato de que até a Suzuki — que não vende carros nem nos EUA nem na China, os dois maiores mercados do mundo — conseguiu ultrapassar a Nissan, com 1,63 milhão de unidades vendidas.

Além disso, marcas chinesas como BYD e Geely também ultrapassaram a japonesa, ocupando a sétima e oitava posição, respectivamente, no ranking global.

Na China, que já foi o maior mercado da Nissan, as vendas desabaram 18% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando apenas 270 mil unidades — um contraste gritante com os 720 mil veículos vendidos em 2018.

No Japão, a retração foi de 10%, o pior índice desde 1993. Nos Estados Unidos, a Nissan perdeu o bonde da eletrificação híbrida, ficando atrás de concorrentes que apostaram pesado nesse nicho em ascensão.

nissan leaf 2026 (7)
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O prejuízo operacional acumulado entre abril e junho chegou a 115,7 bilhões de ienes, cerca de US$ 785 milhões — quatro trimestres consecutivos de perdas. No mesmo período do ano anterior, a empresa ainda registrava lucro de 28,5 bilhões de ienes.

Diante da queda nas vendas e da dificuldade em diluir os custos fixos de produção, Espinosa decidiu cortar drasticamente o tamanho da empresa: de 17 fábricas no mundo, restarão apenas 10.

Apesar do cenário alarmante, há pontos de otimismo. O sedã N7 tem surpreendido positivamente no mercado chinês, o que levou a Nissan a decidir por sua exportação global.

O SUV Rogue, chamado de X-Trail no Japão, ganhou uma versão esportiva Nismo, além de uma opção híbrida com a tecnologia e-Power sendo levada ao mercado americano.

O Leaf também ganhou nova geração, e a marca prepara o retorno do Xterra nos Estados Unidos para brigar com modelos como o Toyota 4Runner.

Resta saber se esses movimentos serão suficientes para colocar a Nissan de volta no jogo.

A verdade é que, por enquanto, a marca parece lutar para não ser engolida por rivais mais ágeis, inovadores e alinhados com as novas exigências do mercado global. E o tempo — para quem já ficou fora do top 10 — está ficando cada vez mais curto.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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