
A Nissan não vive um momento tranquilo e a situação parece ficar ainda mais complicada com as notícias que chegam sobre o novo LEAF.
O hatch elétrico, que tem estreia prevista para o fim deste ano, já enfrenta cortes em sua produção antes mesmo de chegar às lojas.
A medida, segundo informações da imprensa japonesa, seria reflexo direto de dificuldades no fornecimento de materiais e da retração no mercado de elétricos.
Fontes da Kyodo News, no Japão, apontam que a escassez de minerais raros provocada pelas restrições de exportação impostas pela China está afetando diretamente a cadeia produtiva do novo LEAF.
A Nissan, que está no meio de uma ampla reestruturação global, terá que rever suas metas de produção em pleno processo de recuperação.
A fábrica de Sunderland, no Reino Unido, onde o novo LEAF será fabricado, já iniciou conversas com os funcionários sobre planos de aposentadoria voluntária.
O clima é de incerteza, e a marca japonesa busca formas de reduzir custos sem comprometer ainda mais sua presença no mercado global de elétricos, que já vinha perdendo força diante da concorrência de empresas como a BYD.
Além da redução no volume do LEAF, um relatório da Automotive News revelou que outros dois modelos elétricos da Nissan, programados para serem produzidos na planta de Canton, no Mississippi, também terão seus cronogramas adiados.
A nova previsão é que o modelo da Nissan chegue às linhas de montagem apenas em novembro de 2028, enquanto a versão da Infiniti deve estrear em março de 2029.
Um porta-voz da marca nos Estados Unidos reconheceu o atraso, justificando a decisão como parte de um “ajuste estratégico” nos planos de produção.
No entanto, analistas já interpretam as mudanças como um reflexo direto do impacto do “Big, Beautiful Bill”, nova legislação sancionada pelo ex-presidente Donald Trump que elimina o crédito fiscal de US$ 7.500 para elétricos novos a partir de setembro de 2025.
Sem o incentivo, a demanda por elétricos no país já começa a cair, fazendo com que várias montadoras repensem seus investimentos.
No caso da Nissan, o cenário é ainda mais delicado. O plano batizado de Re:Nissan previa uma economia de 250 bilhões de ienes até o final do ano fiscal de 2026, com foco em corte de pessoal, fechamento de fábricas e atualização da linha de veículos.
O novo LEAF era uma das grandes apostas da marca para recuperar mercado e atrair novos consumidores, prometendo melhorias significativas em autonomia, visual e tempo de recarga.
Com atrasos, cortes e escassez de insumos, fica a dúvida: quantas unidades do novo LEAF a Nissan conseguirá entregar? Se a resposta não for convincente, o plano de recuperação da marca pode perder força antes mesmo de sair do papel.
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