
Os táxis autônomos estão gradualmente conquistando espaço em cidades como São Francisco, Los Angeles e Phoenix, mas nem todos estão felizes com essa nova realidade.
Enquanto algumas pessoas aproveitam a comodidade dos carros sem motorista, outras enxergam esses veículos como uma invasão indesejada – e, em alguns casos, reagem com violência.
No último sábado, um grupo em Los Angeles atacou um táxi autônomo da Waymo, arrancando uma porta e destruindo janelas do veículo.
O incidente aconteceu perto do Beverly Center, quando o veículo estava parado em um semáforo. Segundo o LA Times, o carro foi cercado por várias pessoas, que começaram a chutá-lo, subir no teto e quebrar vidros.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram um homem pisando na parte superior do carro enquanto outro, usando uma máscara de esqui, observa a cena. Pelo menos um dos pneus também foi furado.
A Waymo, empresa de propriedade da Alphabet (controladora do Google), se pronunciou sobre o ataque por meio de sua porta-voz, Julia Ilina.
“Embora esses eventos sejam raros, os levamos extremamente a sério e seguimos comprometidos em melhorar a segurança viária e a mobilidade nas cidades onde operamos”, afirmou.
Esse não é um caso isolado. No ano passado, um táxi autônomo foi incendiado em São Francisco durante um protesto contra a presença desses veículos.
No Texas, carros de testes de startups de veículos autônomos também já foram alvo de vandalismo. Esses incidentes refletem o aumento da tensão entre a população e as empresas que operam esses veículos.
Para as fabricantes de carros autônomos, esse tipo de ataque representa um grande desafio. Em uma situação normal, um motorista humano poderia simplesmente acelerar e fugir do perigo.
No entanto, os veículos autônomos são programados para parar ao detectar qualquer problema, tornando-se alvos fáceis em situações de vandalismo. Isso levanta questões sobre como esses carros devem reagir nesses cenários sem colocar a segurança pública em risco.
Especialistas sugerem que seja criada uma estrutura legal mais rígida para punir ataques a veículos autônomos.
Algumas propostas incluem o compartilhamento de imagens registradas pelos veículos com a polícia, penalidades mais severas para quem for pego vandalizando esses carros e até aumento do policiamento em áreas de testes.
Atualmente, na Califórnia, o nível da punição depende do valor do dano. Se for inferior a US$ 400, o ato é considerado contravenção. Acima desse valor, pode ser classificado como crime grave.
Como o preço de um para-brisa novo para o Jaguar I-Pace – modelo usado pela Waymo – gira em torno de US$ 1.200, os responsáveis pelo ataque em Los Angeles podem enfrentar penalidades mais duras.
O crescente número de ataques contra veículos autônomos indica que a resistência da população a essa tecnologia ainda é forte.
Para muitas pessoas, esses carros representam não apenas uma mudança na mobilidade urbana, mas também simbolizam a automação substituindo empregos e empresas de tecnologia impondo suas inovações sem consulta pública.
Até que essa tensão seja resolvida, incidentes como o de Los Angeles podem se tornar cada vez mais comuns.

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