Em momento delicado, a Renault está planejando mandar embora cerca de 3.000 funcionários

renault kardian manual avalliação na (9)
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A Renault está se preparando para uma reestruturação dolorosa que pode resultar na demissão voluntária de até 3.000 funcionários em suas áreas administrativas.

A medida, parte do plano de redução de custos batizado de “Arrow”, mira cargos de apoio como recursos humanos, marketing e finanças — e representa 15% desses quadros.

Segundo informações do boletim francês L’Informe, os cortes afetariam principalmente a sede em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, mas também podem se estender para operações internacionais.

A montadora francesa, que ao final de 2024 contava com mais de 98 mil funcionários em todo o mundo, atravessa um momento financeiramente delicado.

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Apenas no primeiro semestre deste ano, a Renault reportou um prejuízo líquido de 11,2 bilhões de euros, incluindo uma perda contábil de 9,3 bilhões relacionada à sua parceria com a japonesa Nissan .

renault logo (3)
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Mesmo excluindo esse write-down, os números preocupam: o lucro líquido real caiu para apenas 461 milhões de euros, menos de um terço do registrado no mesmo período do ano anterior.

Embora a empresa tenha confirmado que estuda medidas de simplificação operacional e redução de custos fixos, um porta-voz ressaltou que, neste momento, “nenhuma decisão foi tomada”.

A expectativa é que uma definição oficial sobre os cortes aconteça até o fim do ano.

Internamente, a justificativa para os cortes está relacionada ao ambiente automotivo global, descrito pela Renault como “extremamente competitivo” e cercado por incertezas.

A pressão vem de todos os lados: queda nas vendas de vans, aumento dos custos com eletrificação e concorrência acirrada, especialmente das montadoras chinesas que vêm ganhando espaço tanto na Europa quanto em outros mercados globais.

renault kardian 2026 atualizado (8)
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A responsabilidade por virar esse jogo agora recai sobre os ombros de François Provost, novo CEO nomeado em julho após a saída de Luca de Meo, que trocou a Renault pela gigante do luxo Kering, dona da Gucci.

Além de recuperar as margens da empresa, Provost precisa restaurar a classificação de crédito da Renault ao nível de grau de investimento e encontrar estratégias para lidar com tarifas norte-americanas e a crescente pressão dos rivais asiáticos.

O plano “Arrow” simboliza mais do que um corte de pessoal: é o reflexo de uma montadora tentando se adaptar rapidamente a um novo cenário onde eletrificação, eficiência e escala são vitais.

No entanto, ao atacar justamente funções estratégicas como marketing e finanças, a Renault corre o risco de comprometer áreas essenciais para reposicionar a marca e enfrentar o futuro com competitividade.

Resta saber se esse enxugamento será suficiente — ou se o mercado interpretará a medida como mais um sinal de que a Renault precisa de algo mais profundo do que cortes para recuperar sua força e relevância global.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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