
Em um lançamento voltado nitidamente para o público jovem e digital, o BYD Dolphin Surf (nome do nosso Dolphin Mini por lá) foi apresentado em Londres com direito à presença em peso de influenciadores de TikTok, YouTube e Instagram.
Segundo o jornalista do The Telegraph, o ambiente parecia mais uma festa de 21 anos do que um evento automotivo tradicional — e com isso ficou claro quem é o público-alvo do novo elétrico compacto da montadora chinesa.
O Dolphin Surf é um hatch elétrico de porte semelhante ao Ford Fiesta, desenvolvido para atrair a nova geração de consumidores urbanos que valorizam tanto o estilo e a conectividade quanto o desempenho ao volante.
A ideia da BYD é simples: conquistar o público jovem agora, para que ele cresça com a marca e evolua dentro da linha de SUVs familiares futuramente.
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Apesar de ser uma marca chinesa, a BYD quer posicionar o Dolphin Surf como um produto europeu.
A CEO da empresa, Stella Li, afirmou ao The Telegraph que o carro será produzido na Hungria, com o objetivo de reforçar a confiança do consumidor europeu: “Queremos que o cliente sinta que este é um carro feito para ele, pensado para ele, e não um modelo genérico feito para a China.”
O Dolphin Surf começa em £18.350 (cerca de R$ 120 mil), na versão Active, com financiamento competitivo.
Embora seja mais caro que modelos como o Dacia Spring, ele oferece mais espaço interno e equipamentos.
A versão Comfort, testada pelo The Telegraph, custa £23.950 e traz itens como aquecimento nos bancos e câmera de 360 graus — recursos raros nessa faixa de preço.

Mas há ressalvas importantes. A versão de entrada conta com apenas 30 kWh de bateria, com autonomia oficial de 137 milhas (cerca de 220 km), que na prática não deve ultrapassar 160 km.
A versão Boost, com 43 kWh, melhora isso para cerca de 240 km reais, mas ainda fica atrás de rivais como o Renault 5 e Hyundai Inster.
A versão Comfort se destaca pelo motor mais potente, alcançando 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e atingindo 150 km/h de máxima.
O interior do Dolphin Surf mistura materiais de boa qualidade com outros de aparência simples. Os revestimentos macios convivem com plásticos duros e detalhes mal acabados.
O destaque fica para a central multimídia com tela giratória (paisagem/retrato), marca registrada da BYD. Porém, o The Telegraph alerta que o software da tela é pouco adaptado ao formato, dificultando comandos essenciais como o ajuste do ar-condicionado.

O espaço interno é bom para quatro adultos e o porta-malas tem 308 litros — menor que o de alguns concorrentes, mas ainda funcional.
Durante o teste em Londres, o carro se mostrou confortável em pisos irregulares e ágil no trânsito.
A suspensão absorve bem os impactos e a direção é precisa. Fora da cidade, surpreendeu com estabilidade em velocidades de estrada, mostrando que o Dolphin Surf não se limita ao uso urbano.
O jornal britânico conclui que o Dolphin Surf tem apelo visual, boa dirigibilidade e preço competitivo, mas exige concessões em autonomia e tempo de recarga.
Embora o carro agrade os influenciadores e traga frescor ao segmento, talvez não tenha o “brilho” necessário para se destacar entre concorrentes mais consolidados — como o Renault 5 ou o Mini Cooper SE.
Depois que os holofotes do lançamento se apagarem, resta saber se o Dolphin Surf continuará relevante no competitivo mercado europeu de elétricos compactos.
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