
A situação da Tesla na Europa vive um dos seus momentos mais delicados.
Nesta semana, a construtora dinamarquesa Tscherning anunciou publicamente a devolução de toda sua frota corporativa de veículos da marca, uma decisão motivada não por falhas técnicas ou problemas de produto, mas pelo comportamento de Elon Musk.
A Tesla vem sofrendo um duro golpe em sua imagem no Velho Continente, e o motivo vai muito além de tecnologia ou concorrência.
A crescente associação de Musk com partidos de extrema-direita e seu apoio explícito à candidatura de Donald Trump nos EUA têm gerado forte rejeição do público europeu, tradicionalmente mais sensível a temas políticos e institucionais.

A Tscherning deixou claro em sua declaração que a decisão não foi técnica:
“Não porque o Tesla deixou de ser um bom carro, mas diante do comprometimento político de Elon Musk e das opiniões que ele tem expressado publicamente, cada vez mais difíceis de ignorar, decidimos dizer ‘obrigado pela carona’ e seguir em outra direção”, afirmou a empresa.
O caso lembra o movimento recente da rede de farmácias Rossmann, uma das maiores da Europa, que também desfez sua frota de Teslas pelos mesmos motivos.
O impacto na imagem da marca é tão forte que a Tscherning enfatizou não querer mais ser “associada aos valores e à direção política que hoje acompanham a marca Tesla”.
A construtora dinamarquesa já declarou que irá substituir os veículos devolvidos por alternativas de marcas europeias, o que significa um duplo revés para a Tesla: perda de vendas e fortalecimento de concorrentes locais, como Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz e Stellantis, que também oferecem opções de veículos elétricos para frotas corporativas.

Enquanto isso, os números das vendas na Europa confirmam a tendência de queda acentuada. Em 2025, o desempenho do primeiro trimestre já havia sido ruim, com queda de 40% nas vendas em comparação ao ano anterior.
O segundo trimestre segue no mesmo ritmo, mesmo com o lançamento da nova versão do Model Y disponível durante todo o período.
E o cenário pode piorar: além da estagnação nas vendas, a Tesla agora enfrenta um movimento em cadeia de clientes corporativos e individuais se desfazendo de seus veículos, temerosos de se associarem à marca.
Isso tem gerado uma onda de Teslas usados sendo vendidos com preços em queda livre, agravando ainda mais a percepção de desvalorização.
Especialistas já apontam que, caso essa espiral negativa continue, a Tesla terá que lidar com fechamentos de lojas, demissões e uma profunda reestruturação de sua operação europeia.
Em resumo, o que antes era um problema de relações públicas, agora se transforma em uma ameaça real ao negócio da Tesla na Europa. E a chave do problema não está nos carros — mas em quem carrega a chave da marca.

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