Se depender da Archer Aviation, moradores de Manhattan poderão, em breve, trocar as demoradas corridas de táxi rumo aos aeroportos por voos rápidos e silenciosos em um veículo elétrico com decolagem vertical.

O plano é ousado: criar uma rede de táxis aéreos pela cidade de Nova York. Mas, como tudo nesse setor futurista, há um grande “se” no caminho.

O modelo responsável por essa transformação é o Archer Midnight, uma aeronave do tipo eVTOL (sigla em inglês para decolagem e pouso vertical elétrico), equipada com 12 motores elétricos e seis pacotes de baterias de íon-lítio – cada um com circuitos independentes, garantindo redundância em caso de falha.

A promessa é simples: substituir um trajeto de duas horas até o aeroporto por um voo de 15 minutos, assim que o veículo obtiver a certificação da FAA (agência de aviação dos EUA).

Totalmente elétrico e produzido exclusivamente pela Stellantis, como parte de um investimento de US$ 150 milhões, o Midnight foi projetado para transportar cinco pessoas (incluindo o piloto) com muito mais discrição sonora e menos impacto ambiental do que um helicóptero convencional.

A ideia é utilizar os vertiportos já existentes na cidade para conectar o centro de Manhattan a aeroportos como JFK, LaGuardia, Newark, Republic, Teterboro e Westchester.

A Archer firmou uma parceria com a United Airlines para colocar essa rede aérea em funcionamento.

E Nova York não é o único alvo: São Francisco e Los Angeles também já foram mapeadas para futuras operações, com foco tanto em moradores quanto em turistas. Dá até para imaginar os motoristas de táxi amarelo protestando desde já.

Apesar das incertezas que envolvem o futuro da mobilidade aérea – incluindo burocracias, regulamentações e as imprevisibilidades naturais de um projeto dessa escala –, a Archer já deu alguns passos concretos.

O Midnight completou com sucesso os testes de critérios finais de aeronavegabilidade e agora enfrenta a rigorosa fase de conformidade da certificação de tipo.

Mas é bom conter a empolgação: ainda há um longo e complicado caminho até a aprovação definitiva. A empresa não forneceu um cronograma específico para o início das operações.

E faz sentido, considerando que a autorização para voos comerciais exige etapas técnicas e regulatórias nada simples – nem rápidas.

Por ora, resta acompanhar o progresso e torcer para que, em algum momento, o céu de Nova York seja mesmo invadido por esses silenciosos “táxis voadores”.