
Quando a Land Rover anunciou que encerraria a produção do icônico Defender clássico, muita gente lamentou o fim de uma era.
Mas para Charles R. Fawcett, fundador da preparadora Twisted Automotive, aquilo soou como uma oportunidade única de negócio.
Em uma jogada que na época soava insana, Fawcett encomendou nada menos que 240 unidades do utilitário, mesmo sem ter o dinheiro para pagar por elas na hora.
Graças à sua relação próxima com a marca, Fawcett conseguiu negociar um acordo baseado na confiança: pagaria pelos carros apenas na entrega, com um desconto de 14,8% sobre o preço de fábrica.
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Cada unidade saiu por cerca de £22.600 (aproximadamente R$ 163 mil), totalizando mais de £5,4 milhões (ou R$ 39 milhões). Foram entregues 239 veículos.

Ao invés de revendê-los imediatamente, Fawcett decidiu ir além.
Ele transformaria os Defenders em verdadeiras obras de arte sobre rodas, totalmente modificadas, restauradas e aprimoradas para um público exigente que valoriza o visual clássico com desempenho e tecnologia modernos — o famoso mercado de restomods.
O resultado? Inicialmente vendidos por £70 mil a £90 mil (R$ 500 mil a R$ 650 mil) , os modelos da Twisted hoje são negociados por valores entre £180 mil e £320 mil (ou até R$ 2,3 milhões, em conversão direta).
E o detalhe que muitos ignoram, segundo Fawcett, é o nível de trabalho envolvido.
Cada Defender recebe cerca de 1.500 horas de mão de obra especializada, com componentes e técnicas desenvolvidas ao longo de 25 anos de experiência.

“Construímos algo que ninguém realmente precisa, mas que todos desejam”, declarou Fawcett.
E o desejo virou lucro. Em nove anos desde o fim da produção do Defender original, a Twisted movimentou mais de £50 milhões, R$ 350 milhões, consolidando-se como referência global em personalização de modelos da Land Rover.
Hoje, o estoque está quase no fim. Restam apenas 21 ou 22 unidades da leva original. E quando esses últimos Defenders forem vendidos, não haverá reposição.
Ou seja, para quem quer um dos últimos modelos saídos da linha de montagem, com zero km e uma transformação artesanal impecável, o relógio está correndo.
A aposta de Fawcett parecia uma loucura em 2016. Hoje, é uma aula de visão de mercado e ousadia — mostrando que, no mundo automotivo, às vezes o maior risco é não correr risco algum.
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