
A crescente presença de carros elétricos e híbridos no mercado global começa a causar dores de cabeça também no transporte marítimo.
A Matson, uma das principais companhias de navegação dos Estados Unidos, tomou uma decisão drástica no mês passado: suspendeu totalmente o envio de veículos elétricos e híbridos em suas embarcações.
Com sede no Havaí, a empresa justifica a medida como uma ação de segurança diante do aumento dos riscos de incêndio associados às baterias de íon de lítio.
Diferente de navios especializados no transporte de carros, que possuem sistemas específicos de monitoramento e contenção, a Matson utiliza navios de contêineres, o que complica ainda mais a detecção e o combate a incêndios.

Afinal, como identificar um foco de fogo dentro de um contêiner fechado no meio do oceano? E pior: como apagar um incêndio confinado dentro de uma caixa metálica?
A empresa até encontrou uma solução parcial — o HydroPen, um dispositivo capaz de perfurar o contêiner em menos de 10 segundos e inundá-lo com água — mas a proteção contra os incêndios ainda é considerada insuficiente.
Em comunicado enviado a seus clientes, a Matson foi clara: “Devido à crescente preocupação com a segurança no transporte de veículos com baterias de íon de lítio, estamos suspendendo o envio de veículos elétricos e híbridos, novos ou usados, em todas as rotas.
A suspensão, segundo a companhia, é temporária e será revista quando medidas eficazes forem implementadas.

A decisão pode ter sido motivada por um caso recente que chocou o setor. Em junho, o cargueiro Morning Midas foi consumido por chamas a 480 quilômetros da costa do Alasca.
A embarcação transportava mais de 3 mil veículos, sendo 70 elétricos e 681 híbridos. O incêndio durou três semanas e terminou com o afundamento do navio. Felizmente, os 22 tripulantes foram resgatados por outra embarcação próxima.
Esse não é o primeiro caso que leva a Matson a rever seus protocolos.
Em 2022, após o incêndio do navio Felicity Ace — que destruiu quase 4 mil carros do Grupo Volkswagen e causou prejuízos superiores a 400 milhões de dólares — a empresa implementou uma primeira rodada de políticas de segurança voltadas para o transporte de baterias de lítio.

Com o aumento no número de incidentes envolvendo EVs, cresce também a pressão por regulamentações mais rígidas e soluções tecnológicas mais eficazes para evitar que novos desastres ocorram.
Até lá, empresas como a Matson optam pela cautela, protegendo seus navios, suas cargas e, principalmente, suas tripulações.
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