
Se por um lado a chinesa BYD está colhendo os frutos de uma estratégia agressiva de crescimento global, por outro, a Tesla amarga quedas preocupantes de vendas em mercados estratégicos da Europa.
A diferença entre os dois gigantes do setor de veículos eletrificados nunca foi tão gritante quanto agora.
Em abril de 2025, a BYD registrou um recorde com mais de 380 mil veículos vendidos, somando elétricos e híbridos plug-in.
Pela primeira vez em mais de um ano, os modelos totalmente elétricos superaram os híbridos na linha da montadora. Foram 195.740 EVs entregues, contra 176.875 PHEVs.

Além disso, as exportações seguem batendo recordes pelo quinto mês consecutivo, com 79.089 unidades enviadas para mercados internacionais.
Entre os destinos prioritários da BYD estão Europa, América Latina e Sudeste Asiático.
A montadora chinesa já lidera em países como México e Brasil, e agora aposta em novos segmentos para continuar expandindo sua presença fora da China.
Segundo a S&P Global Mobility, a expectativa é de que as vendas da marca dobrem na Europa em 2025, alcançando cerca de 186 mil unidades. Até 2029, o número pode se aproximar de 400 mil.

Parte dessa aposta internacional passa por veículos mais acessíveis como o Seagull (também conhecido como Dolphin Mini), que custa menos de US$ 10 mil na China.
Mas a BYD também prepara uma ofensiva em segmentos mais sofisticados com SUVs inteligentes de médio porte, carros esportivos, picapes e modelos de luxo.
Enquanto a BYD avança, a Tesla enfrenta um cenário oposto no continente europeu. Mesmo após a estreia da nova geração do Model Y, as vendas continuam em queda livre.
No primeiro trimestre de 2025, as entregas da Tesla na Europa caíram 37% em comparação com o mesmo período do ano anterior — que já havia sido ruim, com queda de 11% em 2024 frente a 2023.

Os números de abril mostram que a situação piorou. Nos cinco mercados europeus com registros diários, a marca está vendendo cerca de 50% menos do que no segundo trimestre de 2024, e está abaixo até mesmo do primeiro trimestre de 2025.
Na França, foram apenas 863 unidades vendidas, uma queda de 59% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em Portugal, o tombo foi de 47%. Na Dinamarca, a Tesla vendeu só 180 veículos, 67% a menos do que em abril de 2024.
Na Suécia, o colapso foi ainda mais drástico. Apenas 203 veículos Tesla foram registrados no país em abril, o que representa uma queda de 80% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
A média mensal de entregas em 2025 caiu para 533 unidades — bem distante das 1.825 mensais registradas em 2024.

Vale lembrar que a empresa já havia enfrentado boicotes no país por questões trabalhistas, mas agora a rejeição está sendo impulsionada por uma onda de desaprovação pública ao posicionamento político de Elon Musk, CEO da empresa.
A Tesla ainda conta com estoques consideráveis do antigo Model Y na Suécia e tenta apostar na chegada da nova versão RWD do modelo como forma de estancar a sangria.
No entanto, veículos com tração traseira não costumam ser os preferidos em mercados nórdicos, onde a tração integral domina as vendas por questões climáticas.

Enquanto isso, a BYD segue navegando em mares mais calmos, com crescimento constante e estratégias bem definidas para atender aos diferentes perfis de consumidores ao redor do mundo — dos que buscam custo-benefício aos que desejam sofisticação.
Com as vendas de EVs crescendo e novos modelos chegando ao Velho Continente, a gigante chinesa parece estar se posicionando com mais solidez, enquanto a Tesla tenta encontrar fôlego em meio a um cenário cada vez mais desafiador.

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