Enquanto no Brasil, carros usados hoje custam mais caro do que 0km, nos EUA existe carro que perde 73% do valor em 5 anos

Hoje em dia, no Brasil, não é difícil encontrar carros de ano 2017, 2019, ou 2020, que estão custando mais como usados agora, do que na época em que eram novos e zero quilômetro.

Já em países como os Estados Unidos, a desvalorização é uma realidade inevitável no mercado automotivo, mas o impacto no bolso do consumidor varia enormemente de acordo com o tipo e modelo do carro escolhido.

Um estudo recente da iSeeCars revelou que, após cinco anos de uso, um veículo pode perder entre 19,5% e 72,2% de seu valor inicial — uma diferença gigantesca que pode representar dezenas de milhares de dólares.

E se há um segmento que vem sofrendo mais do que os outros nesse aspecto, são os carros elétricos. De acordo com os dados do levantamento, os EVs perderam, em média, 58,8% de seu valor após cinco anos — um índice bem acima da média geral, que ficou em 45,6%.

Em contrapartida, picapes e híbridos mostraram maior resiliência, com perdas mais contidas de 40,4% e 40,7%, respectivamente.

No topo da lista dos modelos que mais desvalorizam está o Jaguar I-Pace. O SUV elétrico premium perde impressionantes 72,2% do valor em cinco anos, o que equivale a uma queda de aproximadamente US$ 51.953.

Logo atrás aparece o BMW Série 7, com uma desvalorização de 67,1%, ou cerca de US$ 65.249 — um lembrete claro de que luxo e valor de revenda nem sempre andam juntos.

Outros modelos que completam o grupo dos maiores depreciadores incluem o Tesla Model S (65,2%), Infiniti QX80 (65%) e Maserati Ghibli (64,7%). Também aparecem na lista o Tesla Model X (63,4%), o Cadillac Escalade ESV (62,9%) e o Mercedes-Benz Classe S (60,7%).

Por outro lado, os esportivos se destacaram como os que melhor mantêm seu valor ao longo do tempo. A Porsche lidera com folga nesse quesito: o 911 é o campeão de valorização, com apenas 19,5% de perda após cinco anos, seguido de perto pelo 718 Cayman (21,8%).

Modelos como Chevrolet Corvette (27,2%), Camaro (28,0%) e Ford Mustang (29,2%) também se saem muito bem, provando que o desempenho pode ser um bom investimento — ao menos no longo prazo.

Curiosamente, algumas picapes e carros populares também se mostraram financeiramente inteligentes. A Toyota Tacoma, por exemplo, teve a terceira menor desvalorização da lista, com apenas 26%.

A Tundra vem logo depois, com 29,1%, e a Ford Ranger aparece com uma taxa de 34,7%. Entre os modelos mais acessíveis, destaque para o Honda Civic, Toyota Corolla Hatchback e Toyota RAV4, todos com desvalorização inferior a 31% no período.

Para o analista Karl Brauer, da iSeeCars, essa variação deve ser levada em conta na hora da compra: “A depreciação continua sendo o fator mais caro ao adquirir um carro novo, e a diferença entre tipos de veículos e modelos específicos pode representar dezenas de milhares de dólares em valor perdido”, explicou.

Ele reforça que optar por um híbrido em vez de um elétrico, por exemplo, pode ter um impacto financeiro bem menor ao longo dos anos.

Em um cenário onde os preços de carros usados vêm caindo, com a Tesla liderando a tendência de reduções, entender como o veículo escolhido se comporta no mercado de revenda pode ser a chave para uma decisão de compra mais inteligente e menos custosa.

Afinal, um carro pode ser rápido, bonito ou cheio de tecnologia — mas se ele perde valor como uma pedra em queda livre, a conta final sempre chega.