
Enquanto muitos motoristas aqui no ocidente ainda tratam veículos híbridos e elétricos como uma novidade tecnológica – mesmo quase 30 anos após o lançamento do GM EV1 e do Toyota Prius –, a China segue em velocidade de cruzeiro rumo ao futuro da mobilidade.
A gigante BYD, líder global no segmento de carros eletrificados, anunciou planos ambiciosos que ampliam ainda mais a distância tecnológica entre o país asiático e o restante do mundo: a instalação de 15 mil carregadores ultra rápidos de 1 megawatt espalhados pelo território chinês.
Inicialmente, a meta era implantar 10 mil estações desse porte, conforme revelado durante o evento “Megawatt Charging: 10,000-Charger Co-Construction”, realizado durante o Salão do Automóvel de Guangdong-Hong Kong-Macau em 2025.
No entanto, em poucos dias, a própria BYD atualizou seus planos, anunciando parcerias estratégicas com as gigantes locais Xiaoju Charging (braço de infraestrutura da Didi, rival chinesa da Uber) e LongShine, o que elevou o número de pontos de recarga planejados para 15 mil.
Sozinhas, Xiaoju e LongShine pretendem implantar 10 mil e 5 mil carregadores de nível megawatt, respectivamente.
Para se ter ideia da escala, a Xiaoju já conta com mais de 8.400 operadores parceiros e uma base de 34 milhões de motoristas de veículos elétricos. A LongShine, por sua vez, possui presença em mais de 400 cidades chinesas.
Essa massiva expansão da infraestrutura tem como objetivo principal suportar os recém-lançados modelos Han L e Tang L, que estrearam a nova bateria da BYD com arquitetura de 1.000V, capaz de aceitar até 1.000 kW de potência e 1.000 amperes.
A promessa é impressionante: recarga de até 400 km de autonomia em apenas cinco minutos, superando de longe tudo o que o mercado ocidental oferece atualmente.
Ambos os modelos já demonstram forte apelo no mercado chinês. Em apenas um mês, a BYD entregou 10.483 unidades do Han L e 11.406 do Tang L, somando mais de 40 mil veículos entregues em tempo recorde.
Para efeito de comparação, a Tesla vendeu 7.261 unidades somadas em toda a União Europeia, Reino Unido e países da EFTA no mesmo período — uma queda de 49% em relação ao ano anterior.
Esse contraste evidencia não só a velocidade com que a China vem adotando e investindo em tecnologias limpas de mobilidade, mas também o abismo crescente entre o que é considerado inovação nos mercados orientais e ocidentais.
Enquanto por aqui o debate ainda gira em torno de incentivos fiscais e infraestrutura limitada, por lá já se fala em carregar 250 milhas em cinco minutos.
Com esses movimentos ousados e uma infraestrutura cada vez mais robusta, a BYD dá um recado claro: a liderança global na nova era automotiva será decidida pela ousadia em avançar — e não pela nostalgia de motores a combustão.
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