O sucesso inicial do novo SUV elétrico da Xiaomi, o YU7, virou motivo de frustração para milhares de compradores na China.
Após a euforia causada pelo anúncio do modelo, que acumulou cerca de 240 mil pedidos nas primeiras 18 horas de pré-venda, os consumidores foram surpreendidos com uma espera que pode ultrapassar 60 semanas para receber o veículo.
Segundo o aplicativo oficial da Xiaomi, consultado pela Reuters, os prazos de entrega variam entre 38 e 60 semanas, revelação que provocou indignação entre os compradores.
Desde o lançamento do modelo, mais de 400 reclamações foram registradas na plataforma de defesa do consumidor Black Cat, da Sina. A maior parte dos relatos questiona a falta de transparência da empresa, já que o prazo de espera só é exibido após a confirmação do pedido.
Para reservar o SUV, os consumidores precisaram pagar um sinal de 5 mil yuans — aproximadamente 700 dólares — valor que não é reembolsável.
Muitos dos reclamantes também manifestaram preocupação com a possibilidade de arcar com custos adicionais, já que o incentivo fiscal para veículos elétricos na China expira no fim deste ano, e a entrega só deve acontecer bem depois disso.
A Xiaomi ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. No entanto, o CEO da empresa, Lei Jun, afirmou em sua conta na rede social Weibo que irá responder às dúvidas em uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira.
Com mais de 26 milhões de seguidores, Lei é conhecido por sua comunicação direta com os fãs da marca.
O YU7 é o segundo modelo elétrico da Xiaomi, posicionado para rivalizar diretamente com o Tesla Model Y, o SUV mais vendido na China.
O modelo da Xiaomi tem preço inicial de 253.500 yuans, cerca de 35 mil dólares, valor quase 4% inferior ao do concorrente americano.
Vale lembrar que a Xiaomi também enfrentou críticas com seu primeiro carro elétrico, o SU7, lançado em março do ano passado. Na época, os primeiros compradores tiveram que esperar até sete meses para receber seus veículos.
Mesmo assim, o SU7 conseguiu superar o Tesla Model 3 nas vendas mensais desde dezembro.
A empresa tem ampliado sua capacidade de produção para atender à demanda crescente. Em maio, a fábrica de Pequim alcançou uma produção mensal de 28 mil unidades, número que era de apenas 4 mil em março do ano anterior.
Novas instalações já estão nos planos, em terrenos próximos à planta atual, como parte do esforço para se consolidar de vez como um nome de peso no competitivo mercado chinês de EVs.
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