A popularidade dos carros elétricos está em alta, mas o mesmo não se pode dizer da eficiência das concessionárias que deveriam mantê-los rodando.
Um novo levantamento indica que os centros de serviço das montadoras não estão acompanhando o ritmo da eletrificação — e isso pode virar um problema maior nos próximos anos.
De acordo com dados coletados pela CDK Global, 85% dos proprietários de veículos elétricos precisaram de algum tipo de atendimento técnico no primeiro ano de uso.
O mais surpreendente é que, mesmo diante disso, 82% deles afirmaram estar dispostos a comprar outro modelo elétrico no futuro. A lealdade continua forte, apesar dos percalços.
Entre janeiro e junho de 2025, mais de 607 mil elétricos foram vendidos nos Estados Unidos, um recorde absoluto. Parte desse volume pode estar ligado à corrida por benefícios fiscais antes que eles comecem a ser gradualmente retirados.
Mas o crescimento acelerado também está revelando fragilidades na infraestrutura de pós-venda das montadoras.
Um dado alarmante: em 2023, 40% dos donos de elétricos conseguiram atendimento no mesmo dia em que procuraram uma concessionária. Em 2024, esse número caiu para apenas 28%.
O percentual de proprietários que aguardaram três dias ou mais para serem atendidos saltou de 9% para 14%.
O estudo também revela diferenças importantes entre marcas. Apenas 23% dos donos de Teslas relataram tempo de serviço mais longo que em veículos a combustão. Já entre os donos de modelos de outras marcas, esse número sobe para 34%.
Em termos de custo, 53% dos não-Tesla disseram que o serviço de EV foi mais barato que o de carros a gasolina. No caso da Tesla, apenas 41% disseram o mesmo.
Outro problema recorrente é a necessidade de visitas múltiplas à concessionária. Enquanto 65% dos donos de carros não-Tesla conseguiram resolver seus problemas em uma única ida, 21% precisaram retornar quatro ou cinco vezes até que o conserto fosse concluído.
Mas nem tudo é negativo. O estudo mostra que apenas 13% dos entrevistados pagaram pelo serviço prestado, e 16% das visitas foram motivadas por recalls, divididos de forma equilibrada entre Tesla e demais marcas.
Além disso, a modalidade de serviço móvel está em expansão, com 19% relatando que um técnico foi até eles — número superior aos 14% do ano anterior.
Apesar das dificuldades, quem compra um EV parece disposto a insistir na tecnologia, mesmo quando o atendimento ainda deixa a desejar.
Se as montadoras quiserem manter esse entusiasmo, terão que correr para ajustar o pós-venda à nova realidade do mercado.
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