
Canteiros de obras normalmente são um festival de poeira, ruído ensurdecedor e motores a diesel fumegando.
Mas a Volvo resolveu virar esse jogo.
Em uma parceria com a Siemens e a Metzner Recycling, a marca sueca realizou a primeira demolição 100% elétrica do mundo — e provou que o futuro da construção pesada pode ser muito mais silencioso, limpo e eficiente.
A operação aconteceu na Alemanha, no antigo campus da Siemens em Erlangen. E não foi um teatro ou demonstração simbólica para gerar manchetes.
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O trabalho foi executado do início ao fim com um ecossistema completo de escavadeiras, caminhões e carregadores movidos a bateria. Nada de geradores, nada de diesel. Só energia elétrica e muita tecnologia embarcada.

O impacto mais visível — ou melhor, audível — foi o som. A ausência de motores a combustão reduziu o barulho das máquinas em cerca de 9 decibéis.
Parece pouco? Pois saiba que a escala de decibéis é logarítmica: uma redução de 10 decibéis é percebida como metade do volume.
Isso faz uma diferença enorme em áreas urbanas com restrições de ruído. E sem fumaça, é possível trabalhar em ambientes fechados, como túneis e galpões, sem sistemas caros de ventilação.
Mas não foi só isso. As máquinas elétricas da Volvo, segundo a própria empresa, entregam desempenho quase idêntico ao das versões a diesel.
Na prática, o que impressiona é o torque imediato: ao acionar o controle da escavadeira, o operador recebe 100% da força na hora — sem esperar o motor subir de giro, como ocorre com os tradicionais modelos a combustão.

Claro que existem desafios. A autonomia de 7 a 9 horas pode parecer limitada, mas como essas máquinas não desperdiçam energia em marcha lenta, praticamente todo esse tempo é convertido em produtividade.
Fora isso, a ausência de vibração constante e do ruído do motor reduz significativamente o cansaço dos operadores. Até o cheiro do fim do expediente muda — e a vida em casa agradece.
O preço ainda é o maior obstáculo. Equipamentos elétricos custam entre 25% e 40% a mais que os equivalentes a diesel.
Mas os governos estão entrando em cena com incentivos generosos, como créditos de até US$ 40 mil nos EUA.
E a Volvo aposta que, no fim das contas, o custo total de propriedade vai compensar: menos manutenção, energia mais barata e maior tempo de uso.
Para quem se pergunta como recarregar uma escavadeira no meio do nada, a Volvo também pensou nisso. Em locais com energia, é possível carregar durante a noite numa tomada comum de 240 volts.
E em horário de expediente, dá para usar um carregador rápido de obra e recuperar 60% da carga durante a hora do almoço. Já em áreas remotas, entra em cena o PU500 — um “powerbank” gigante de 7,5 toneladas que pode abastecer todo o canteiro.
Mais do que uma questão ambiental, a Volvo enxerga nessa revolução uma lógica de negócios.
Se conseguir provar que escavadeiras e caminhões elétricos são viáveis e rentáveis, o tradicional ronco dos motores diesel pode estar com os dias contados. E talvez, muito em breve, a nova trilha sonora das obras seja o silêncio.
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