
A Mansory decidiu mais uma vez testar os limites do bom gosto — e talvez da paciência dos fãs da Ferrari — ao apresentar no Top Marques Monaco uma versão ainda mais espalhafatosa do já polêmico Pugnator, seu pacote de modificações para o Ferrari Purosangue.
Batizado de Pugnator Tricolore, o modelo é uma suposta homenagem à Itália, mas que mais parece uma provocação à própria história da marca de Maranello.
Limitado a três unidades — se é que Mansory conseguirá vender todas — o Pugnator Tricolore aposta em uma combinação visual que beira o caricato.
A carroceria traz um festival de verde, branco e vermelho, as cores da bandeira italiana, aplicadas sobre peças de fibra de carbono forjada com tingimento especial.
Capô, para-choques e alargadores de para-lama dianteiros seguem esse padrão, enquanto as rodas pretas ganham raios internos pintados de verde.
Mas é na traseira que o mau gosto atinge seu auge. Além de extensas áreas em vermelho e fibra de carbono tingida, o SUV recebeu não um, mas dois aerofólios gigantes.
O primeiro, com desenho swan-neck, se projeta a partir da tampa do porta-malas, enquanto o segundo, já presente na versão original do Pugnator, fica acima da janela traseira.
Qualquer traço de elegância que o Purosangue pudesse manter se perde ali.
No interior, a Mansory seguiu a mesma cartilha do exagero: couro branco reveste bancos, portas, painel e volante, tudo contrastando com detalhes nas cores da Itália.
Até as costuras, cintos de segurança, paddle shifters e console central receberam o padrão tricolor. Detalhe curioso (e constrangedor): no painel do seletor de marchas, a sequência das cores foi invertida, ficando vermelho, branco e verde — o contrário da bandeira italiana.
Apesar do visual questionável, o Pugnator Tricolore mantém as melhorias de desempenho do modelo “regular”.
O motor V12 de 6.5 litros recebeu reprogramação da ECU, novo escape e catalisadores esportivos, elevando a potência para 745 cv e o torque para 730 Nm.
A Mansory defende que o Pugnator Tricolore é um tributo ao país que deu origem à Ferrari.
Mas para muitos entusiastas, parece mais uma afronta à tradição da marca. Se Enzo Ferrari estivesse vivo, provavelmente assistiria a essa transformação com um misto de indignação e tristeza.
Resta saber se existirão três clientes dispostos a ignorar a estética em troca da exclusividade absoluta de um dos projetos mais controversos da preparadora alemã.
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