
Enquanto muitas cidades ainda lutam para instalar carregadores de rua para EVs, a França acaba de dar um passo à frente — ou melhor, uma acelerada.
Um trecho de apenas 1,5 km de rodovia próxima a Paris foi suficiente para demonstrar uma inovação que pode redefinir a recarga de veículos elétricos: carregar em movimento, sem fio e com potência de até 300 kW.
O teste envolveu quatro veículos diferentes — um caminhão, uma van de entregas, um carro de passeio e um ônibus — rodando por um trecho da A10 com tecnologia embutida no asfalto.
O resultado foi surpreendente: média de 200 kW de transferência de energia durante o trajeto, com picos acima de 300 kW.
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Esse desempenho coloca a tecnologia no mesmo patamar dos supercarregadores mais modernos, como os da Tesla, mas com um diferencial brutal: não há necessidade de parar nem de conectar cabos.
O sistema foi desenvolvido pela Electreon em parceria com a Vinci Group e Wireless, e já havia sido testado em Israel com resultados práticos.
Lá, em um projeto-piloto com ônibus urbanos, a tecnologia permitiu reduzir as baterias de 400 kWh para apenas 45 kWh por veículo.
Essa redução representa quase 90% a menos em peso e materiais, sem comprometer o tempo de operação dos ônibus.

A lógica por trás da solução é simples: ao recarregar pequenas quantidades ao longo do percurso, o veículo precisa de uma bateria muito menor, o que barateia a produção, reduz o peso e libera mais espaço para carga útil.
A novidade também funciona em qualquer clima.
Por não depender de cabos ou tomadas, o sistema é imune a chuvas, gelo ou neve, o que evita acidentes por escorregamento e problemas de corrosão nos equipamentos.
Ainda não há cronograma definido para a implantação comercial da tecnologia, mas o teste francês serviu como demonstração prática de que é possível integrar diferentes tipos de veículos elétricos na mesma estrada eletrificada.

Segundo os desenvolvedores, bastaria eletrificar trechos estratégicos das principais rotas rodoviárias para garantir autonomia praticamente ilimitada para frotas comerciais.
Especialistas apontam que, para caminhões pesados, bastaria que 10% das rodovias fossem equipadas com esse tipo de sistema para que os veículos mantivessem operação contínua.
Embora seja uma solução tecnologicamente mais avançada do que os fios aéreos usados por trens e trólebus, o custo e a complexidade ainda são desafios.
A estimativa para eletrificar parte da malha viária com catenárias, por exemplo, gira em torno de US$ 1 milhão por milha, o que poderia viabilizar um sistema eficiente para milhares de caminhões e ônibus, com economia de peso, bateria e maior rentabilidade no transporte de cargas.
Enquanto isso, Elon Musk segue apostando em baterias maiores e mais autonomia por carga, em vez de pressionar por soluções coletivas de infraestrutura.
A pergunta que fica é: o futuro da mobilidade elétrica será individualista como os supercarregadores, ou colaborativo como as estradas inteligentes?
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