
Há poucos anos, a Nio era vista como a grande promessa da China para enfrentar a Tesla de igual para igual.
Em 2020, as ações da marca dispararam mais de 2.000%, embaladas por um discurso de sofisticação, tecnologia de ponta e foco em consumidores de alto poder aquisitivo.
Mas a realidade em 2025 é bem diferente.
Apesar de ter entregue cerca de 222 mil veículos no último ano — um crescimento de 40% — a empresa ainda opera com prejuízo.
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Só no segundo trimestre deste ano, a Nio teve perdas equivalentes a R$ 3,6 bilhões.

Enquanto isso, a rival BYD entregou mais de 3 milhões de unidades no mesmo período e opera com folga: sua margem bruta está próxima dos 20%.
Diante dessa diferença brutal de escala e rentabilidade, a Nio agora cogita seguir os passos da concorrente e lançar uma submarca voltada ao mercado de massa.
O objetivo seria diluir custos fixos e tentar alcançar o tão sonhado equilíbrio financeiro.
Mas essa mudança estratégica traz um dilema: ao se popularizar, a marca corre o risco de perder o prestígio que justificava seus preços premium.
Esse impasse revela uma transformação maior no mercado de veículos elétricos da China.

O entusiasmo inicial começa a dar lugar à cautela, e os investidores já não compram mais apenas promessas.
Dados recentes mostram que o crescimento nas vendas de elétricos e híbridos plug-in desacelerou: em agosto, a alta foi de 7,5%, contra 12% no mês anterior.
Segundo a consultoria AlixPartners, das 129 marcas de veículos eletrificados na China atualmente, apenas 15 devem sobreviver até 2030.
O cenário apertado fica ainda mais complicado para a Nio com a notícia de que o fundo soberano de Cingapura, GIC, abriu um processo contra a empresa.
A acusação é de reconhecimento irregular de receitas em contratos de leasing de baterias.

A Nio nega qualquer irregularidade, mas o caso abalou ainda mais a confiança dos investidores.
Com as ações cotadas cerca de 90% abaixo do pico registrado em 2021, a empresa enfrenta agora uma crise de credibilidade, além dos prejuízos operacionais.
Para um setor que depende fortemente de investimento constante, perder a confiança de players institucionais pode ser fatal.
Enquanto a Tesla mantém seu reinado global e a BYD se consolida como gigante local, a Nio precisa se reinventar rapidamente — e com cuidado para não perder a essência no processo.
Na nova fase do mercado chinês de EVs, glamour e design arrojado já não bastam.
O que separará vencedores e derrotados será algo mais simples — e mais difícil de alcançar: escala, eficiência e, acima de tudo, lucro.
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