
O sonho dos carros autônomos pode ter encontrado um novo fôlego nos Estados Unidos.
Após anos de atrasos, desistências e frustrações causadas por uma burocracia sufocante, o governo americano anunciou mudanças importantes no processo que permite isenções de segurança para veículos sem condutor.
A medida foi apresentada como uma forma de destravar a inovação e permitir que projetos avançados, como veículos sem volante ou espelhos, saiam finalmente do papel.
O anúncio veio por meio da NHTSA, a agência de segurança viária dos EUA, e promete reformular o chamado processo de isenção Part 555, que historicamente levou anos para aprovar veículos com tecnologias inovadoras.
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A iniciativa faz parte de uma agenda mais ampla do governo Trump, que busca acelerar o desenvolvimento seguro de automóveis com sistemas de condução autônoma (ADS, na sigla em inglês).
O secretário de Transportes, Sean Duffy, foi direto ao apontar os problemas: “O processo de isenção Part 555 foi, com razão, criticado por levar anos, travando os desenvolvedores em burocracias que tornam impossível acompanhar as tecnologias mais recentes.”
A fala soa como uma referência clara ao fracasso do Cruise Origin, o projeto de veículo autônomo da General Motors que foi abandonado no fim de 2023 após um longo e infrutífero processo de aprovação.
No caso da GM, a empresa chegou a pedir isenção para seis exigências legais em fevereiro de 2022.

O objetivo era liberar o Cruise Origin, um veículo totalmente autônomo sem volante, espelhos ou alavanca de câmbio. Mesmo com argumentos técnicos consistentes, a empresa esperou tanto tempo por uma resposta que acabou engavetando o projeto.
A carta enviada pela NHTSA aos principais stakeholders admite que o modelo atual foi pensado para veículos convencionais e não dá conta da complexidade dos autônomos.
Entre as mudanças prometidas estão instruções mais claras para os pedidos, além de um “modelo mais dinâmico e flexível” para analisar e acompanhar esses veículos com sistemas de direção autônoma.
Apesar da flexibilização, o processo ainda limita a produção a 2.500 unidades por ano por fabricante e exige que os veículos ofereçam um “nível de segurança equivalente” aos modelos convencionais.
Além disso, a empresa deve provar que a isenção atende ao interesse público.
Peter Simshauser, conselheiro-chefe da NHTSA, afirmou que as mudanças vão “impulsionar a inovação” e que a modernização das normas de segurança já está em andamento, mas que o regime de isenções continuará sendo essencial nesse período de transição.
Com a nova postura, o governo americano envia um recado claro: quer recuperar o tempo perdido e evitar que mais empresas abandonem o setor por conta da lentidão regulatória.
Resta saber se, agora, os carros sem motorista, volante ou retrovisores finalmente sairão dos laboratórios para as ruas.
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