
Enquanto as vendas da Tesla despencam nos Estados Unidos, perdem força na Europa e mal engatam em países como a Índia, a empresa parece cada vez mais dependente de promessas futuristas para manter seu brilho.
O Cybertruck, que deveria ser o novo símbolo de inovação da marca, virou piada nas redes sociais. Elon Musk, por sua vez, ostenta o título de homem mais odiado dos Estados Unidos, segundo recentes levantamentos.
Mas na Tesla, crises assim não são tratadas com preocupação — são tratadas com robôs.
Sim, a solução da vez atende pelo nome de Optimus, um robô humanoide que Musk garante que venderá bilhões de unidades e transformará a humanidade.
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Em uma apresentação recente, o bilionário afirmou com todas as letras que a Tesla pode muito bem vender 20 bilhões desses robôs, ajudando a companhia a alcançar uma avaliação de mercado de US$ 5 trilhões.
E, quem sabe, até US$ 10 trilhões, porque sonhar pequeno não combina com o homem que colocou um carro no espaço.
O vídeo mais recente do Optimus 3, compartilhado pelo CEO da Salesforce, Marc Benioff, mostra o robô andando, interagindo e… abrindo a geladeira. Isso mesmo.
Segundo os entusiastas, o fato de o Optimus conseguir verificar se há uma lata de refrigerante disponível é sinal de que estamos a um passo de substituir toda a força de trabalho humana por essas máquinas.

Aparentemente, nenhum ser humano jamais teve esse nível de utilidade e eficiência.
Na prática, o robô se move de forma lenta, realiza tarefas simples e ainda está anos-luz de representar qualquer ameaça real ao emprego de um ser humano — mas isso não impede que a narrativa continue sendo vendida com entusiasmo.
Musk e seus seguidores garantem que logo o Optimus estará correndo em fábricas a velocidades alucinantes, apenas limitado pela resistência do ar. É uma visão ousada, especialmente vinda de uma empresa que enfrenta desafios cada vez mais concretos no mercado automobilístico.
A ironia não passa despercebida.

Enquanto os carros da Tesla perdem espaço para rivais como BYD, enquanto a montadora luta para manter relevância fora dos EUA e enquanto o Cybertruck vira meme, a salvação estaria em um robô que ainda engatinha — literalmente — em suas funções básicas.
Mas para Musk, pouco importa. O que importa é a narrativa: estamos à beira de uma revolução robótica. E se você duvida, bem, talvez seja só um hater ou alguém que está vendido em ações da Tesla e torce pelo fracasso.
A recomendação implícita para os investidores é clara: esqueça os números, esqueça os recalls, esqueça a realidade. O verdadeiro investimento agora é na visão.
Did u guys see the Tesla robot video? I think it's dying
— Good Boy (@goodboy.bsky.social) 4 de setembro de 2025 às 10:58
E se o seu consultor financeiro não concorda, demita-o. Afinal, ele provavelmente está preocupado com o dia em que será substituído por um robô com uma estrela na testa e um frasco de Coca-Cola na mão.
Afinal, como dizem os seguidores mais fiéis, com Elon Musk liderando a Tesla, não existe fracasso — só realidade mal interpretada.
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